Facções criminosas estrangeiras travam disputa por territórios na Amazônia
Acre, Amazonas, Maranhão e Roraima são os estados mais afetados pela criminalidade
Foto: Divulgação/PF
Integrantes de ao menos dez facções criminosas, de quatro países que fazem fronteira com o Brasil, entraram no país para travar disputas por território na Amazônia Legal, é o que indica o estudo Cartografia da Violência na Amazônia, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo os dados liberados esta semana, as facções criminosas estão concentradas no Acre, Amazonas, Maranhão e Roraima. Os grupos venezuelanos, por exemplo, disputam território com facções brasileiras em Boa Vista, com população de mais de 410 mil moradores.
O levantamento diz ainda que, atualmente, existem quatro grupos de ex-guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) concentrados no Amazonas. Eles estão na mira das autoridades colombianas, brasileiras e norte-americanas por suspeita de dominar uma rota pelo rio para negociar com PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho), as duas principais facções brasileiras.
Ao que tudo indica, as organizações criminosas venezuelanas atuam em cidades de Roraima. O estado conta ainda com a presença do PCC, que busca controlar o tráfico de drogas na região.
Paracaima, que fica na fronteira com a Venezuela, por exemplo, é disputada pelo PCC, CV e pelo grupo venezuelano Trem de Aragua. Além deles, um outro grupo criminoso, conhecido como Sindicato do Crime, também atua no estado.
Facções peruanas e bolivianas, por sua vez, atuam mais próximas à fronteira com o Acre. Entre elas estão o Clã-Chuquizuta, oriunda de Santa Rosa de Yavari, no Peru, e Los Quispe-Palamino.