Facebook aprovou anúncios que estimulavam violência após protestos em Brasília, diz organização
A Global Witness também realizou testes com o YouTube, que imediatamente bloqueou as contas suspeitas
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O Facebook teria permitido uma série de anúncios online que estimulavam protestos no Brasil dias antes das cenas de depredação serem observadas no dia 8 de janeiro nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, de acordo com um novo relatório.
Quatro dias após as ações, a organização de direitos humanos Global Witness verificou que a rede social ainda autorizava as postagens. Por meio de contas falsas, o grupo enviou 16 anúncios falsos para serem veiculados na plataforma, 14 dos quais foram aprovados para publicação.
Entre os anúncios aprovados, estavam as mensagens: “Precisamos desenterrar todos os ratos que tomaram o poder e matá-los”, “Precisamos de uma revolução militar para restaurar o estado de direito” e “Morte aos filhos de eleitores de Lula”.
Segundo a organização, eles removeram os anúncios do Facebook antes que outros usuário tivessem acesso. A Global Witness também encaminhou as postagens para aprovação no YouTube, porém a plataforma de compartilhamento de vídeos suspendeu as contas do grupo de forma imediata.
Em resposta, o porta-voz da Meta, Mitch Henderson, disse que a pequena amostra de anúncios da Global Witness não representava como a empresa aplicava suas políticas em escala.
“Como dissemos no passado, antes da eleição de 2022 no Brasil, removemos centenas de milhares de conteúdos que violavam nossas políticas de violência e incitação e rejeitamos dezenas de milhares de envios de anúncios antes de serem exibidos”, disse ele.
“Usamos tecnologia e equipes para ajudar a manter nossas plataformas protegidas contra abusos e estamos constantemente refinando nossos processos para aplicar nossas políticas em grande escala.”