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Falta de cobertura, hospitais lotados e mais: servidores de Feira de Santana se queixam do Planserv

Fontes ouvidas pela reportagem também relataram impedimento para marcar consultar particulares

Por Inara Almeida
Ás

Atualizado
Falta de cobertura, hospitais lotados e mais: servidores de Feira de Santana se queixam do Planserv

Foto: Divulgação

Quem contrata um plano de saúde espera ter acesso com facilidade a diversas especialidades médicas e, principalmente, fugir da superlotação muitas vezes observada nos postos de saúde e hospitais públicos. Beneficiários do Planserv na cidade de Feira de Santana, porém, relatam o contrário: falta de cobertura do plano, dificuldade para marcação de consultas, negativas para atendimentos emergenciais e hospitais lotados são algumas das queixas feitas ao Farol da Bahia.

Um servidor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) relatou que foi impedido por um vigilante de entrar no hospital Emec, no último dia 15, ao informar que o seu plano de saúde era o Planserv. Outro servidor da UEFS, o professor Ademakson Araújo, reclamou da superlotação para atendimentos de emergência. “Só temos três hospitais particulares que atendem emergências em Feira: Emec, São Mateus e o Hospital Ortopédico, tendo este as especialidades reduzidas. Atualmente, apenas o Hospital Ortopédico está atendendo, e está lotado”, disse Ademakson.

A também servidora pública Joilma, beneficiária do Planserv há seis anos, denuncia ainda o impedimento ao tentar marcar consultas particulares. “Às vezes, você liga às sete e meia da manhã, já acabaram as cotas, aí você tem que ligar em março para tentar uma vaga para abril. E se for uma situação mais necessária, a gente vai pagar um especialista. Só que o que tá acontecendo? Algumas clínicas não aceitam porque dizem que você é conveniado ao Planserv e eles podem ter problema com o plano", disse Joilma.

A insatisfação de funcionários públicos do estado da Bahia com o convênio não é de agora, tampouco exclusiva da cidade de Feira de Santana. Em Salvador, muitos beneficiários relataram ter dado com a ‘cara na porta’ ao tentar atendimento no Hospital da Bahia, que suspendeu os atendimentos de urgência e emergência do Planserv desde o dia 7 de novembro de 2024.

Reestruturação

De acordo com o advogado especialista em direito médico Pedro Cotrim, o Planserv vem passando por uma “reestruturação”, que resultou no descredenciamento de diversas clínicas e hospitais. “Esse cenário tem como principal causa os valores reduzidos pagos pelo plano pelos procedimentos, que muitas vezes não são suficientes para cobrir os custos operacionais das unidades de saúde”, explicou Pedro.

O advogado esclareceu que, em regra, hospitais ou clínicas credenciadas ao Planserv não podem negar atendimento aos beneficiários do plano. Contudo, destacou Cotrim, muitos contratos firmados entre o plano e os prestadores de serviço preveem um limite de consultas e procedimentos eletivos, a “cota” do plano. “Essa limitação busca controlar os custos do plano, mas não se aplica a situações de urgência ou emergência, que devem ser atendidas integralmente conforme a legislação”, disse.

Em relação ao caso relatado à reportagem, sobre a negativa do hospital em realizar a marcação da consulta paga sob a justificativa de que “o hospital poderia ter problemas com o plano”, Pedro Cotrim explicou que é “completamente ilegal e discriminatória”. “A recusa ao atendimento particular, baseada exclusivamente na condição de beneficiária do Planserv, viola o direito à livre contratação e o princípio da igualdade no acesso a serviços de saúde”, afirmou o advogado.

Por meio de nota, o Planserv disse que conta com “cinco hospitais gerais e seis especializados na cidade de Feira de Santana, além de 30 laboratórios, dois serviços de atendimento domiciliar e 78 clínicas, 11 hospital dia, dois serviços de saúde mental, 20 policlínicas e um serviço de remoção”.

“Contudo, em função da intensa procura por serviços de emergência, algumas unidades podem apresentar superlotação, a exemplo dos hospitais São Matheus e Emec. Diante disso, o Planserv informa aos beneficiários do plano que também estão disponíveis o Hospital Ortopédico, Hospital Dom Pedro de Alcântara e HTO, além do Centro de Olhos Especializado (COE), Sobaby, Otorrinos, Maternidade Santa Emília, Gynetoco e Hospital Bambino”, afirmou o plano em nota.

Já o hospital Emec respondeu que “segue atendendo os beneficiários do Planserv” e que “todos os serviços são realizados em conformidade com o planejamento da rede referenciada de prestadores do Planserv”. O Farol da Bahia tentou contato com o hospital São Matheus e com a clínica Radiológica, mas não obteve resposta. 

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