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Bahia

Familiares de jovem morto em ação da PM em Camaçari pedem por justiça na frente do Ministério Público da cidade

Caso aconteceu na tarde de domingo (31)

Por Da Redação
Ás

Familiares de jovem morto em ação da PM em Camaçari pedem por justiça na frente do Ministério Público da cidade

Foto: Reprodução/ TV Bahia

Nesta quarta-feira (3), a família de um jovem morto durante uma ação da polícia militar em Camaçari, no último domingo, protestou em frente à sede do Ministério Público da cidade, pedindo justiça pela morte da vítima.

O crime aconteceu por volta das 15h de domingo, quando Ruan dos Santos Neves voltava da casa da namorada, em uma localidade conhecida como Invasão da Buri. A família conta que o rapaz foi baleado pelos policiais e correu em direção à casa da namorada, para pedir socorro, e aí foi atingido pelos disparos novamente.

De acordo com o pai da vítima, Luciano Neves, "a população disse que ele estava caído, desorientado. Foi na hora que ele, já baleado, saiu em direção à outra rua. Foi quando a guarnição avistou ele e ele correu, com medo de perder a vida. Mas, infelizmente, a vida dele foi embora em vão. Ele correu em direção à casa da namorada e nem deu tempo dele chegar na casa da namorada. Ele foi tentar buscar abrigo e pedir socorro”.

Em nota, a Polícia Militar disse que recebeu denúncias de porte de arma e tráfico de drogas na localidade. Durante as rondas, eles teriam sido recebidos a tiros por um homem armado e revidaram. A PM disse ainda que a vítima foi socorrido para o Hospital Geral de Camaçari mas não resistiu aos ferimentos.

Ainda na nota, a polícia informou que apreendeu uma pistola, um carregador, uma balança, 100 pinos para embalar cocaína, nove embalagens com a mesma droga, além de quatro papelotes de maconha e 41 embalagens com crack.

Os familiares e amigos de Ruan contestam essa versão da polícia e dizem que jovem jamais andou com armas e drogas. A ocorrência foi registrada na Corregedoria Geral da PM. 

De acordo com o pai de Ruan, ele descobriu a morte do filho através dos vizinhos que contaram que o filho havia sido baleado por policias. “Eu estava na minha casa junto com minha esposa e meu netinho, quando chegou uma pessoa me chamando, pedindo para eu correr, porque uma guarnição da polícia tinha baleado meu filho. Imediatamente eu corri para o local onde meu filho foi baleado e não encontrei mais ele, nem a guarnição que o baleou".

Ainda segundo o pai de Ruan, ele foi até o Hospital Geral de Camaçari, mas não encontrou o filho lá, que teria sido levado horas antes dele sair de casa. "Imediatamente, eu peguei meu carro e me dirigi ao hospital geral aqui de Camaçari, aonde eu fiquei aguardando por cerca de 10 a 15 minutos. Eles saíram na minha frente. Eu resolvi ir na UPA próxima para ver se levaram ele para lá. Quando eu estava descendo, me deparei com a viatura que estava levando ele e voltei para o hospital geral. Foi quando eles tiraram meu menino da viatura morto. Meu filho estava morto”.

De acordo com a mãe de Ruan, Renivalda dos Santos, ela não conseguiu participar do protesto em pedido de justiça pela vida perdida do filho. “Eu estou aqui acabada, desde domingo. Eles me destruíram. O meu filho era um menino bom. Um menino de família e tiraram a vida dele cruelmente. Eu só peço justiça, que quem fez isso com ele que pague, porque destruíram uma mãe. Eu clamo por justiça. Os amigos, o pai, os vizinhos, todo mundo clama por justiça. Todo mundo aqui conhecia meu filho, que não era pessoa ruim".

A família e os amigos de Ruan contam que o sonho dele era se tornar cavaleiro e participar de vaquejadas. O irmão dele chegou a levar o cavalo de Ruan para o protesto.

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