Farol da Bahia testa o Citroën C3 Feel Pack 1.6 automático
Versão mais completa tem pintura específica e lista limitada de itens de série
Lançado há pouco mais de um ano, o Citroën C3 é o primeiro produto da série "C-Cubed", um projeto para tornar a marca mais acessível de volume no mercado brasileiro. Desta vez o Farol da Bahia testou a versão Feel Pack, a mais equipada e mais cara da gama: R$ 96,9 mil.
Esse teste é da versão equipada com motor 1.6 e câmbio automático por 800km bem equilibrados entre cidade e estrada. O visual típico dos Citroën combina a alegre cor azul com teto branco, opção disponível apenas nessa versão mais cara.
O visual "altinho" do Citroën C3 é a sua marca. Ele tem 3,98m de comprimento, entre-eixos de 2,54m e altura de 1,58m com altura do solo de 18cm. Assim, a ergonomia permite o acesso de pessoas mais altas sem dificuldade e o porta-malas de 315 litros é adequado.
Mas as vantagens esbarram na sua simplicidade. Há comandos de vidro elétrico traseiro no console central, de forma mais avançada, retrovisores bem pequenos no para-sol e o aspecto rústico dá o tom na cabine. Nem mesmo a cobertura azul sobre o painel é capaz de disfarçar tanta simplicidade.
Esse modelo mais completo oferece as rodas de 15" com acabamento diamantado, faróis de neblina, câmera de ré, volante em couro e o modo até modo ECO para condução.
Da mesma forma, o painel digital tem instrumentos bem pequenos, a chave é simples demais e não há qualquer tipo de alerta de segurança ativa. Nãos seria (e não é) um problema porém estamos falando de um automóvel que custa quase R$ 97 mil.
A multimídia de 10 polegadas tem câmera de ré além espelhamento sem fio de celulares, há alguns porta objetos pela cabine que é bem ampla com o painel recuado e o volante tem boa empunhadura com direito a alguns comandos rápidos. Em termos de segurança nada além dos obrigatórios freios ABS e também controle de tração e estabilidade e dois airbags, o que lhe rendeu críticas por parte do Latin NCAP em seu teste de segurança.
O motor é um velho conhecido na linha: o 1.6 16V (EC5) que estreou em sua primeira versão há mais de 20 anos na linha Peugeot e Citroën. Rende 113/120cv e 15,7kgfm de torque e se por um lado não tem turbina por outro rende manutenção simplificada uma vez que já foi usado em uma infinidade de modelos da antiga linha PSA. O câmbio é automático de seis velocidades fornecido pela Aisin.
Na vida real, praticidade para quem queria um SUV
Por ser mais altinho, o C3 Feel Pack traz na proposta uma ideia de ser um SUV de fato. Boa altura do solo, rodas aro 15 com pneus bojudos e motor bom respostas suficientes fazem o compacto da Citroën acelerar com confiança.
As seis velocidaes casam bem com o câmbio tanto na cidade quanto na estrada, há boa energia de frenagem e conforto a bordo com ruído dentro do esperado além de uma boa ergonomia com comandos à mão.
Durante o nosso uso a multimídia chegou e perder a conexão duas vezes com o celular, algo que é aceitável e o consumo chegou a 11,3km/l em um ciclo combinado de 50% de estrada e cidade ao longo de 800km, bom para um veículo automático com motor aspirado.
Claro que fazem falta mais itens de segurança e uma conectividade melhor com celulares. Nesse preço de R$ 96,9 mil (a rede Citroën oferece o carro com descontos que variam conforme o caso), o comprador pode ficar na dúvida entre levar para casa o C3 Feel Pack completo ou o C4 Cactus, que embora seja um produto mais antigo, tem qualidade melhor de montagem e o mesmo conjunto mecânico. Como o C3 é simples também na oferta de equipamentos, pode ser mais interessante pular para o C4 Cactus que ainda ficará um tempo em linha de produção até que o C3 Aircross se estabeleça definitivamente no mercado.