Farol da Bahia testa o novo Volkswagen Virtus Exclusive
Novidade ganha motor 1.4 TSi mas preço equivale a um Corolla GLI e Sentra Advance

A Volkswagen apresentou em fevereiro deste ano algumas mudanças para a linha do Virtus 2023. A grande novidade, sem dúvida, é a nova versão Exclusive com motor 1.4 TSI de 150cv aposentando a antiga versão GTS com esse motor. O Farol da Bahia fez um teste com essa versão diferenciada no visual e no conteúdo. Confira o teste:
O visual do sedã é distinto do Highline mesclando esportividade e conservadorismo das linhas típicas do VW. Grade, aplique sobre os para-choques, emblemas e frisos são diferentes. Na traseira, defletor de ar, capa de retrovisores e rodas aro 18 de desenho exclusivo valorizam o desenho do Virtus.
Por dentro, bancos em couro com desenho de losangos (padronagem que surgiu no Santana na virada dos anos 1990), um aplique de courvin sobre o painel e o revestimento de teto na cor preta o diferencial da linha. Lamentavelmente faltou o teto solar, que o modelo indiano oferece, é que o T-Cross brasileiro (com entre-eixos do Virtus) também traz.
A proposta de sedã médio
O Virtus não tem mais versão GTS e ganha o nome Exclusive justamente para se descolar do Polo que segue com a variante esportiva. O nome sugere algo mais refinado e premium mirando a categoria dos modelos médios. Mas será que ele consegue?
Motor de modelo médio
A ideia de ser diferente está em primeiro lugar no desempenho. O motor 1.4 TSI (EA211) desenvolve bons 150cv e 25,5kgfm de TSI. Com câmbio automático de seis marchas ele tem fôlego e relação ágil de trocas com opção manual atrás do volante. Ao comparar com o Highline ele tem torque parecido e agilidade mas ganha de longe na potência e no fôlego em altas velocidades. Chega a 209km/h de máxima e acelera de 0-100 em 8,5s. O consumo foi exatamente igual ao informado pelo Inmetro: 8km/l na cidade e 10km/l na estrada (o teste foi feito apenas com etanol)
Embora a proposta seja de sedã de segmento superior, o Virtus Exclusive traz especificações de modelo compacto. A suspensão é do tipo McPherson na dianteira e eixo rígido traseiro. E embora muito preciso ao volante com nível de respostas adequado do motor 1.4, ele tem suspensão acertada mas um pouco dura em valetas, buracos e ruas de pavimento ruim tão comuns no Brasil.
Espaçoso no banco traseiro. Essa característica é dominante no Virtus com bancos traseiros inclinados para trás, saída de ar condicionado e pontos de USB. O porta-malas com 521 litros é referência em espaço. As medidas são as mesmas das demais versões: 4,56m de comprimento, 1,75m de largura e 1,48m de altura com 2,65m de entre-eixos.
Acabamento elegante mas com deslizes
Se por um lado o Virtus vem bem equipado não se pode ignorar o acabamento simples. No porta malas, há metal aparente na parte superior. Por dentro se nota ausência insistente de alças no teto revestido em tecido preto, os bancos não tem sequer um revestimento lateral e embora ele traga soleiras em resina brilhante, merecia um tapete melhor digno de versão mais cara. Nesse ponto a sua origem compacta distancia o Virtus dos modelos médios que são mais bem acabados ainda que menos equipados.
Equipamentos de série do Virtus Exclusive
Apesar disso, o revestimento em couro no painel ajuda a diferenciar o Exclusive do Highline. Traz painel digital de 10,2”, multimídia Volksplay com espelhamento sem fio de 10” (com bom computador de bordo e até controle de modos de condução), ar condicionado digital Climatronic, carregador de celular por indução, faróis em LED e luzes de neblina com função “Cornering light” que acompanha a direção do volante, sensor de chuva e crepuscular. São itens que seus modelos médios similares em preço não oferecem.
Em termos de segurança traz controle de Cruzeiro adaptativo (ACC), detector de fadiga, frenagem automática de emergência, freios com ABS e disco dianteiro e traseiro, controle eletrônico de estabilidade (ESC), Controle de tração (ASR) e Bloqueio eletrônico do diferencial (EDS). Faltou só o alerta de ponto cego e fluxo cruzado para uma versão topo de linha.
Conclusão
Embora seja bem espaçoso o Virtus não nega a origem nos modelos compactos com seu acabamento simplificado. Essa característica é suficiente para clientes da marca que não querem ir para os SUVs e não podem ter um JETTA GLI, único sedã médio restante na linha, em sua garagem. Ele também é bem mais equipado que os concorrentes médios de entrada como Toyota Corolla GLI e Nissan Sentra Advance na mesma faixa de preço.
Seu ponto alto sem dúvida é o desempenho do motor 1.4TSI, bem acertado e com mesma dinâmica do GTS exceto pela suspensão mais rígida. Esse vai ser o trunfo do Exclusive para conquistar sua clientela disposta a pagar R$ 147,7 mil