Farol da Bahia testa o Tiggo 3X Pro 1.0 turbo 2022

A Caoa Chery vem avançando sobre marcas tradicionais no país e deve encerrar este ano com pouco mais de 40.000 unidades vendidas, mais do que Ford, Nissan, Peugeot e Citroën por exemplo. Com quatro concessionárias na Bahia, três na capital e uma em Feira de Santana a marca já tem 11 veiculos no seu portfólio e o mais barato é justamente o Tiggo 3X Pro. 

O Farol da Bahia testou por uma semana o Crossover equipado com motor 1.0 turbo VVT flex e uma lista farta de equipamentos de série custando até R$ 30 mil a menos que alguns concorrentes diretos como Hyundai Creta, Volkswagen Nivus, Chevrolet Tracker e Fiat Pulse. Mas vale a pena? O que ele traz? 

Compacto, com motor três cilindros turbinado e bem equipado, o modelo da Caoa-Chery segue a receita usada em competidores diretos com esta opção como o Volkswagen T-Cross e Nivus, Chevrolet Tracker, Hyundai Creta e agora o Fiat Pulse. Isso sem mencionar o universo de modelos do mesmo porte que concorrem com o Tiggo 3X Pro. O visual é moderno, com conjunto ótico afilado e grade ampliada e hexagonal usada em novos modelos da marca, perfil ascendente e traseira... bem, a traseira não mudou quase nada em relação ao Tiggo 2, que segue em linha como opção de entrada. Ao menos por enquanto. O mesmo ocorre no perfil lateral quase sem mudanças em relação ao anterior. 

A motorização é conhecida em vários concorrentes: 1.0 turbo três cilindros com 102cv a 5.500rpm e 17,1kgfm de torque a partir de 1500rpm associado ao câmbio CVT que simula novev marchas. Sem injeção direta de combustível, faz de 0-100km/h em 12s. No conjunto, direção elétrica, farois em LED, multimídia com tela de 9 polegadas entre outros elementos. 

Motor de 102cv é ágil na cidade 

Desta vez foi possível rodar com o carro por todos os tipos de trajeto ao longo de uma semana. Ágil nas saídas, com torque disponível já em 1500rpm, o Tiggo 3X se desenvolve bem no ambiente urbano. É leve e ganha velocidade rapidamente. No entanto, em percursos rodoviários se nota a limitação do motor de 102cv, que de longe é inferior ao entregue pelos concorrentes.

A direção que é leve e confortável na vida urbana poderia ter uma calibração mais pesada em altas velocidades e requer cuidado. O mesmo pode ser dito do isolamento acústico da cabine pois o motor três cilindros é sempre notado em rotações mais elevadas mas nada que não se note nos seus concorrentes diretos.

O câmbio CVT tem uma boa comunicação com o motor especialmente na cidade. Porém tem alguma dificuldade de entender retomadas e frenagens mais bruscas, algo que se deve acostumar com o tempo.

A suspensão foi bem calibrada para desvios rápidos e entrega conforto sem batidas secas, algo comum em carros deste segmento e que o Tiggo 3X Pro não tem. O freio também parece um pouco alto e com muito cursoÉ claro que nesta avaliação estamos observando o Tiggo 3X Pro diante do que o mercado oferece e em uma análise mais exigente feita por quem conhece outros produtos alinhados com o produto da Caoa Chery.

Equipamentos de série 

No uso diário o Tiggo 3X se mostra bem equipado e interessante. A multimídia de 9 polegadas é intuitiva e com bons gráficos além da conectividade com smartphones (ainda que exija fio de conexão).
 

A câmera de ré poderia ter resolução melhor mas funciona bem assim como os bons farois e conjunto de luzes em LED que trazem elegância e funcionalidade. E para quem criticava os primeiros modelos da Caoa Chery, a boa notícia é que o acabamento e montagem, mesmo neste modelo que é o menor e um dos mais em conta da marca, chega a ser superior a vários concorrentes. Sua única herança da antiga fase da Chery no país é a ergonomia, que poderia ser melhor, e é derivada do antigo Celer, que dá base ao Tiggo 3X Pro.

O porta-malas de 420 litros é muito bom mas em termos de espaço a herança do compacto Celer volta à lembrança. Ele tem 4,20m de comprimento e 2,55m de entre-eixos, 1,76m de largura e 1,57m de largura.
Lista de equipamentos é farta

É inegável que o Tiggo 3X Pro entrega uma lista interessante de equipamentos por um preço menor. Além dos farois em LED, multimídia de 9 polegadas com Android Auto e Apple CarPLay, câmera de ré, partida por botão, bancos com revestimento em couro sintético e chave presencial, o crossover tem painel digital amplo com muitas informações (computador de bordo, check control, detector de fadiga, sensor de monitoramento de pressão de pneus entre outros), controles de tração e estabilidade mas apenas dois airbags e freios ABS dianteiros. 

A versão Pro custa R$ 109,9 mil nos 137 concessionários da Caoa Chery mas facilmente se obtém algum desconto com a política de vendas agressiva da marca. Diante dos concorrentes é de longe um dos mais baratos. A versão mais equipada equivale aos modelos de entrada da Tracker, Nivus chegando ao preço equivalente ao modelo mediano do Fiat Pulse e ainda muito mais em conta que o Creta, que é o mais caro de todos. No custo benefício o Tiggo 3X Pro é interessante e ainda guarda a vantagem dos cinco anos de garantia e preço das seis primeiras revisões tabelado em R$ 4.300,15.