FBI colaborará na investigação do assassinato de Villavicencio
Anúncio da ajuda foi feito pelo presidente do Equador

Foto: Reprodução/Twitter
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, tomou medidas para solicitar a assistência do FBI, uma renomada força policial dos Estados Unidos, para investigar o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do país. A confirmação desse pedido foi feita pelo próprio líder do governo em uma postagem nas redes sociais.
"A Agência Federal de Investigação e Inteligência dos EUA atendeu ao nosso apelo e em breve uma delegação chegará ao nosso país", declarou Lasso através da plataforma X.
A notícia da colaboração das autoridades americanas reverberou rapidamente. Otto Sonnenholzner, outro candidato à Presidência, elogiou a decisão equatoriana de aceitar ajuda para esclarecer o crime. "A cooperação para identificar os responsáveis é uma excelente notícia. Precisamos descobrir os verdadeiros motivos por trás desse assassinato", afirmou ele em entrevista à âncora da CNN, Isa Soares, na tarde de quinta-feira (10).
Hoje, seis indivíduos foram detidos sob suspeita de envolvimento no assassinato do candidato. O ministro do Interior, Juan Zapata, informou que todos são estrangeiros, embora a nacionalidade exata dos detidos ainda não tenha sido divulgada. "Em operações realizadas na região de Conocoto e no sul de Quito, seis indivíduos foram capturados: Andrés M., José N., Adey G., Camilo R., Jules C., Jhon R., todos estrangeiros", declarou Zapata pela manhã.
Em entrevista ao programa Vis a Vis na quarta-feira (2), Villavicencio havia exposto que estava recebendo ameaças de um cartel local. "Há três dias, um militante de Manabí recebeu a visita de mensageiros de Alias Fito [líder do cartel Los Choneros], alertando-o de que, se eu continuasse mencionando os Los Choneros, sofreria consequências", afirmou ele.
Los Choneros é uma organização criminosa no Equador composta por duas gangues, Fatales e Las Águilas, que atuam em atividades como extorsão, tráfico de drogas e homicídios.
Após as ameaças, Villavicencio havia afirmado que não suspenderia sua campanha eleitoral e planejava apresentar denúncias formais sobre as ameaças recebidas. Ele também havia responsabilizado previamente o Los Choneros por qualquer possível ataque contra ele, sua família e equipe.
Em comunicado publicado na madrugada de quinta-feira (10), o presidente Guillermo Lasso declarou estado de exceção no país e reforçou que as eleições presidenciais permanecem agendadas para 20 de agosto. "Essa é a melhor razão para comparecer às urnas e defender a democracia", afirmou Lasso, descrevendo o ataque contra Villavicencio como um "crime político de caráter terrorista", perpetrado por alguém que tentou "sabotar o processo eleitoral".
"Todas as autoridades reunidas concordaram que, diante da perda de um defensor da democracia, as eleições não serão suspensas; pelo contrário, elas devem ocorrer e a democracia precisa prevalecer", acrescentou Lasso.