"Feminicida", diz ex-treinadora do Rio Branco que se demitiu após o clube contratar o goleiro Bruno
Rose Costa também questionou a posição de "vitrine" oferecida pelo time ao goleiro condenado
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Foto: Divulgação | Montagem
Após o anúncio da contratação do goleiro Bruno Fernandes, condenado a 20 anos e nove meses de prisão pelo assassinato da ex-companheira Eliza Samúdio, na equipe principal do clube Rio Branco-AC, a treinadora do time feminino do time, Rose Costa, pediu demissão.
Em entrevista ao SporTV, a ex-treinadora do time alegou que "não poderia ter tido outra decisão" e que a trajetória dela no cenário esportivo "impede de trabalhar no mesmo ambiente que a gente tenha, reconhecidamente, um feminicida".
"É com tristeza que esse episódio acontece, mas eu não poderia ter tido outra decisão. A minha história como ex-atleta, a minha história como mulher, a minha história como profissional de educação física, a minha história como professora me impede de trabalhar no mesmo ambiente que a gente tenha, reconhecidamente, um feminicida. Qual é o exemplo disso para as gerações futuras?", questionou a treinadora.
Durante a entrevista, ela também apontou que não é contrária a decisão de reinserção do goleiro na sociedade mas questionou a posição de prestígio oferecida ao goleiro, acusado de feminicídio.
"Sou profissional de educação física e entendo que o esporte de rendimento é uma vitrine, ele é exemplo para as gerações futuras e grande parte da sociedade acha que isso é normal, que essa oportunidade é a coisa mais relevante nesse momento. Ele tem direito a ressocialização. Eu não tenho dúvidas disso e eu não questiono isso. Mas aí eu te pergunto: será que uma oportunidade como um goleiro principal de uma das equipes que tem mais visibilidade dentro da nossa sociedade rio-branquense é o melhor lugar para dar essa oportunidade?, perguntou Rose Costa.
Atualmente Bruno cumpre a pena em regime semiaberto e já chegou a ser escalado para contratação em outros clubes, como o Poço de Caldas e o Fluminense de Feira, mas teve os contratos cancelados após manifestações de repúdio.