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Fim do auxílio emergencial pode levar um terço dos brasileiros à pobreza, indica FGV

Valor desembolsado durante os nove meses de auxílio corresponde a nove anos de Bolsa Família

Por Da Redação
Ás

Fim do auxílio emergencial pode levar um terço dos brasileiros à pobreza, indica FGV

Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Com a pandemia do novo coronavírus, o pagamento do auxílio emergencial, destinado a pessoas de baixa renda e trabalhadores informais, foi pago a mais de 65 milhões de brasileiros, o que reduziu de forma inédita a pobreza no país. Inicialmente com apenas três parcelas de R$ 600, depois ampliado por mais duas e, por fim, estendida por mais três no valor de R$ 300, a ajuda governamental vai ter fim em dezembro deste ano, segundo o presidente Jair Bolsonaro, e reiterado pelo ministro da Economia Paulo Guedes, que lembrou que o estado de calamidade termina em dezembro e não haverá prorrogações.

Contudo, num cenário mais otimista, com o fim desse auxílio o país vai ampliar em cerca de 16 milhões o total de pessoas consideradas pobres. A interrupção dos pagamentos aumentará o total de pobres de 23,6% (50,1 milhões de pessoas) para cerca de 31% (66,2 milhões). Essa projeção foi feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a partir de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) e na Pnad Covid, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

O cenário também não parece favorecer já que com a pandemia, os empregos e, sobretudo, o setor de serviços, foram os que mais sofreram com o distanciamento social. No segundo trimestre, com a paralisação econômica, a renda média dos brasileiros caiu 20%. Na mesma ponta, a dos mais pobres despencou de 50% para 28%.

Com a implementação do auxílio, houve um aumento na renda e a taxa de pobreza caiu rapidamente. “Enquanto o país vivia numa espécie de inferno trabalhista, abriu-se um céu em termos de melhora na renda”, afirma Marcelo Neri, diretor da FGV Social.

Nos cálculos da FGV Social, os valores desembolsados durante os nove meses em que o auxílio terá existido — nas versões de R$ 600 e R$ 300 — serão equivalentes a nove anos de orçamento do Bolsa Família.

A expectativa do mercado é que o Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 cresça cerca de 3,5%, numa recuperação que sequer compensará o tombo de 5% previstos para este ano. As projeções da FGV Social para o emprego também não pessimistas, com uma taxa entre 17% e 19% no início do próximo ano.

“O nó é que, enquanto a pobreza tende a decolar, o Brasil já gastou quase todo seu ‘combustível’ na pandemia, fechando o ano com uma dívida pública de quase 100% do PIB, o que é muito preocupante”, diz Marcelo Neri, da FGV Social.

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