Fiocruz e UFMG produzem teste mais preciso e barato para detectar a Covid-19
Método é utilizado para detectar o HIV em todo o mundo
Foto: Vinicius Magalhaes/ SESI
Um grupo formado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o CT de Vacinas, desenvolveu um teste para diagnosticar a Covid-19, onde diminui as chances de o resultado ser de falso negativo ou falso positivo. Trata-se de um teste Elisa, nome que deriva da abreviação de "ensaio de imunoabsorção enzimática" (em inglês, enzyme-linked immunosorbent assay), em referência à técnica usada. Em todo o mundo, o método consolidou-se como ferramenta de detecção do HIV.
Além de rápido, o teste tem a vantagem de ser mais barato que outra opção existente, o RT-PCR (do inglês reverse-transcriptase polymerase chain reaction), cujo custo varia de R$ 280 a R$ 470 na capital paulista.
Como os testes rápidos, o Elisa também é sorológico (feito a partir da procura por anticorpos no sangue), com a diferença de que pode ser realizado somente em laboratórios, ainda que o equipamento necessário seja relativamente simples. Após as validações iniciais, a próxima etapa é obter a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com o Elisa desenvolvido pelos estudiosos, consegue-se mostrar que, em pessoas que têm anticorpos contra outras viroses, como dengue, não se detecta positivo. "O teste rápido não é capaz de diferenciar as outras infecções", afirmou a coordenadora do CT Vacinas, Santuza Ribeiro.
Na prática, o que se faz é fixar o antígeno em uma placa de poliestireno e ligá-lo a um anticorpo com marcador enzimático. Caso haja reação de defesa do organismo contra o agente patogênico – no caso, o novo coronavírus –, na forma de anticorpos, o material depositado sobre a placa muda de cor.