Flexibilização das regras faz crescer autuação de clubes de tiro no Brasil

Influenciados pela flexibilização nas regras para posse de arma, os brasileiros tem procurado com mais frequência clubes de tiro para conseguir um revólver ou uma pistola como colecionador, atirador ou caçador. Entretanto, nem sempre a busca segue a risca as questões legais.

A quantidade de clubes de tiros autuados com irregularidades pelo Exército durante a Operação Impacto, cuja intenção é fiscalizar eventos nesses espaços em âmbito nacional, subiu de nove, em 2018, para 23 este ano. A apreensão de armas de fogos nesses locais praticamente dobrou, indo de 122, ano passado, para 241, em 2019. 

Os dados reforçam a percepção de especialistas em segurança pública, que afirmam que embora o controle do Exército esteja crescendo, ainda há clubes e estandes de tiro facilitando o acesso ao registro. Na outra ponta, cidadãos que anteriormente nunca pegaram em uma arma se passam por atiradores desportivos para conseguir ter livre acesso ao equipamento de maneira mais fácil.

Formas de adquirir um arma no Brasil

Há dois caminhos para se adquirir uma arma no Brasil. Primeiro via Polícia Federal (PF) ou através do Exército. A PF concede o chamado Certificado de Registro de Arma de Fogo (Craf), válido por dez anos, que autoriza o proprietário a mantê-la em casa ou estabelecimento comercial, com único objetivo de autodefesa. Enquanto o Exército emite o Certificado de Registro (CR) a um grupo restrito, identificado pela sigla CAC, e quer dizer caçadores, atiradores desportivos e colecionadores. O documento tem validade por dez anos e permite ao atleta levar a arma carregada de casa até o local de treinamento ao qual é filiado e a competições.