Folha de S. Paulo afirma que dossiê comprova ocultação de mortes em estudo sobre cloroquina da Prevent Senior
CPI investiga tratamentos feitos sem autorização
Foto: Agência Brasil
O plano de saúde Prevent Senior ocultou mortes de pacientes que participaram de um estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina, para tratar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, segundo dossiê de posse da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com o documento, a empresa omitiu sete mortes de pessoas tratadas com hidroxicloroquina. A CPI recebeu um dossiê com uma série de denúncias de irregularidades, elaborado por médicos e ex-médicos da Prevent, entre elas a de que a disseminação da cloroquina e outras medicações foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent. O documento aponta ainda, que o estudo foi um desdobramento do acordo.
Ainda segundo o jornal, o documento é assinado por 15 médicos da operadora de planos de saúde. De acordo com os profissionais, a hidroxicloroquina foi administrada sem avisar pacientes ou parentes. Em nota, a Prevent Senior negou as acusações e afirmou repudiar as denúncias. A empresa afirmou também, que tomará medidas judiciais cabíveis contra os responsáveis pelo dossiê.
O dossiê, cujo conteúdo havia sido divulgado pela GloboNews, aponta que medicamentos sem comprovação científica foram incorporados ao experimento à medida que resultados não eram atingidos. Segundo o documento, teria sido usado contra Covid-19 até remédio para câncer. A empresa de plano de saúde está na mira dos senadores da CPI.
O diretor-executivo Pedro Benedito Batista Júnior era esperado na comissão para depor na última quinta-feira (16), mas ele faltou e disse que foi avisado tardiamente do compromisso. Os integrantes da CPI consideraram a ação protelatória. Por isso, insistem no depoimento, que foi remarcado para a próxima quarta-feira (22).