"Foram muitos ataques a mim e a minha família", diz Baptista Junior por não aderir tentativa de golpe
Ex-comandante da Aeronáutica durante o governo Bolsonaro citou ao STF que o objetivo das ofensas era mudar sua "postura legalista"

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, afirmou que sofreu ataques por não aderir ao plano de tentativa golpe em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (15). Segundo o militar, o objetivo das ofensas era mudar sua "postura legalista".
"Ataques irresponsáveis, infrutíferos (...) Foram muitos ataques a mim e a minha família. Não tenho dúvidas de que os [ataques] que foram direcionados a mim e ao general Freire Gomes tinham, em grande parte, o desejo de fazer com que nós mudássemos a nossa postura legalista", afirmou.
Baptista Junior estava na condição de testemunha do chamado "núcleo 4" do inquérito que apura o suposto plano de golpe de Estado no país.
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Baptista também comentou sobre os ataques em depoimento no final de maio à Suprema Corte, além de afirmar que chegou a participar de uma reunião, em dezembro de 2022, que teria acontecido no Ministério da Defesa.
Na ocasião, o militar com o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, levaram um documento para ser analisado por ele e pelos demais chefes das Forças Armadas. Segundo Baptista, ao entender o conteúdo do material, recusou a recebê-lo e saiu da reunião.
As testemunhas da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das defesas dos réus dos núcleos 2, 3 e 4 foram iniciadas por videoconferência e devem se estender até a quarta-feira (16).