Fornecimento de energia hidroelétrica de Itaipu ao Paraguai é cancelado
O país vizinho entra em crise política, e questões partidárias prevalecem sob o acordo da Usina construída sobre o rio Paraná, que separa os dois países
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O possível acordo bilateral que estava previsto para ser firmado entre o Brasil e o Paraguai, sobre a compra de energia da Usina hidroelétrica de Itaipu, chegou ao final nesta última quinta-feira (1), após ser anulada por representantes dos dois países.
O motivo da renúncia tem uma pitada de questões políticas, sobretudo, partidária. De acordo com as informações do G1, os partidos de oposição do Paraguai haviam anunciado nesta quarta (31), que apresentariam um pedido de impeachment contra Abdo e o vice-presidente Hugo Velázquez, por conta do escândalo em torno da polêmica de renegociação.
Tal acordo elevaria os custos para a empresa estatal de eletricidade do Paraguai em mais de US$ 200 milhões, segundo o ex-diretor da entidade. O documento, assinado sem divulgação à opinião pública pelos governos do Brasil e Paraguai, foi revelado apenas na semana passada. E, segundo as informações da Agência Brasil, ele foi assinado pelo embaixador do Brasil no Paraguai, Carlos Simas Magalhães, e pelo embaixador paraguaio no Brasil, Federico González, em Assunção. Com essa medida, as áreas técnicas dos dois governos voltarão a negociar a contratação da energia de Itaipu.
O pedido de anulação foi realizado pelo governo paraguaio, após a divulgação das condições do documento, o que desencadeou uma crise política no país vizinho.
A polêmica envolvendo a ata do acordo, aprovada em maio, também causou as demissões do presidente da Administração Nacional de Eletricidade (Ande), Alcides Jiménez, e do diretor paraguaio de Itaipu, Alberto Alderete. As demissões foram anunciadas na última segunda-feira (29), pelo porta-voz da presidência do Paraguai, Hernán Hutteman, que disse terem sido aceitas pelo presidente Mario Abdo Benítez.