França e Alemanha divergem sobre acordo comercial com o Brasil na UE

As divergências entre França e Alemanha sobre a estratégia comercial com o Brasil estão evidentes, desencadeando tensões na União Europeia. Os exportadores alemães buscam contornar o veto francês a um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE. Enquanto a França se opõe, a indústria de veículos alemã deseja avançar nas negociações, que já se arrastam há 25 anos. 

O impasse, que envolve diretamente agricultores franceses, levou o presidente Emmanuel Macron a reforçar a oposição da França ao acordo. Porém, Bruxelas negou qualquer interrupção nas negociações. Macron, agora, foca em questões sociais para impedir a entrada de produtos brasileiros no mercado francês.

Enquanto isso, a Alemanha, preocupada com o setor automotivo, rejeita a ideia de abandonar as negociações. A Associação da Indústria Automotiva Alemã propõe dividir o acordo em dois: uma parte relacionada a tarifas e outra continuaria sendo negociada, especialmente em questões ambientais.

A diretora da VDA, Hildegard Müller, critica a complexidade dos acordos e sugere a divisão para evitar mais impasses. O governo de Olaf Scholz mostra apoio à proposta, mas Paris já indicou que não aceitará essa abordagem.

Essa divergência entre as duas maiores economias da UE pode afetar significativamente as negociações comerciais com o Mercosul e impactar o comércio global.