G20: Seminário sobre Cultura e Mudança do Clima reúne ministras de Lula em Salvador
Margareth Menezes, Marina Silva e Sônia Guajajara discutiram meios para combater a crise climática
Foto: Mateus Pereira/GOVBA
O Centro de Convenções de Salvador recebe, entre esta segunda (4) e terça-feira (5), o Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima — evento realizado em paralelo ao terceiro e último encontro do Grupo de Trabalho de Cultura do G20 no Brasil. As ministras Margareth Menezes, da Cultura, Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, participaram da cerimônia de abertura.
Ao lado do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), elas defenderam que a mitigação dos impactos das mudanças climáticas está diretamente ligada a questões econômicas e culturais.
Participando do evento de forma remota, Marina Silva afirmou que o respeito ao meio ambiente e o consumo consciente são caminhos fundamentais para frear as mudanças climáticas em um mundo capitalista, onde frequentemente se confundem os conceitos de “ser” e “ter”, e garantir um futuro sustentável para todas as gerações.
Além disso, a ministra também chamou a atenção dos países do G20 para a responsabilidade de combater a “crise tríplice” enfrentada pelo mundo, que inclui a crise social, a crise climática e a crise ambiental.
“Os 20 países mais ricos do mundo são responsáveis por 80% das emissões de CO2 e concentram 80% dos recursos financeiros e tecnológicos. Esses países têm a capacidade de contribuir para o enfrentamento da tríplice crise global”, disse Marina.
“Falo da crise social, que exclui bilhões de pessoas em todo o mundo, da crise climática, que está ameaçando o futuro da vida no planeta, e da crise ambiental, que configura uma ameaça de extinção de milhares de espécies”, completou.
Margareth Menezes, por sua vez, afirmou que a cultura pode desempenhar um papel fundamental na mitigação das crises ao promover mudanças de comportamento e conscientização sobre a importância da sustentabilidade.
“A cultura precisa ser encarada como uma área estratégica em todas as dimensões, pois desempenha um papel central nas políticas de desenvolvimento social de qualquer país. Ao dialogarmos com representantes dos países membros do G20, mostramos ao mundo o potencial transformador da cultura na sociedade, seu impacto na economia e no desenvolvimento sustentável”, pontuou a ministra.
Já Sonia Guajajara trouxe a importância das cosmovisões indígenas na luta contra a mudança climática.
“Os povos indígenas representam apenas 5% da população mundial, mas protegem 82% da biodiversidade global e atuam como guardiões dos ecossistemas, essenciais para o equilíbrio climático. Combater a crise climática requer proteger os direitos dos povos indígenas, garantir a demarcação de seus territórios e respeitar suas culturas, crenças e tradições, reconhecendo sua importância para a humanidade”, afirmou a indígena.
Reuniões do GT de Cultura
Este é o quarto ano de reuniões do GT de Cultura do G20. O grupo foi criado em 2021, durante a presidência da Itália.
Em seguida, foram realizadas reuniões na Indonésia, na Índia e agora no Brasil, que assumiu a presidência do grupo das maiores potências mundiais em 1º de dezembro de 2023 e ocupa o cargo até 30 de novembro.
Após Salvador, a Reunião de Líderes do G20 ocorrerá no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro.
Atualmente, o G20 é composto por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, além de dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia.