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'Gabinete paralelo' do MEC cobrou propina escondida em pneu, diz empresário

Denúncia foi feita ao Estadão por Ailson Souto da Trindade

Por Da Redação
Ás

'Gabinete paralelo' do MEC cobrou propina escondida em pneu, diz empresário

Foto: Divulgação/Agência Brasil

O empresário do setor da construção civil e candidato a deputado estadual pelo Partido Progressistas (PP) no Pará, Ailson Souto da Trindade, disse ao jornal Estadão que o então ministro da Educação Milton Ribeiro deu aval para que contratos de obras federais de escolas fossem negociados em troca de propina de R$ 5 milhões para os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. 

Segundo Trindade, o acordo previa que o dinheiro em espécie seria escondido na roda de uma caminhonete para ser levado de Belém até Goiânia, onde está a sede da igreja dos pastores. Ele disse, ainda, que as obras só seriam garantidas se o primeiro repasse fosse imediato. 

"Eles queriam R$ 5 milhões em dois dias. Eu falei: Mas eu não posso fazer esse tipo de negócio. Eu sou empresário, eu não vou fazer uma coisa assim sem nenhum contrato. E eles queriam que eu colocasse no pneu de uma caminhonete e mandasse para lá. Eu disse: Não, gente, vamos fazer em conta porque como é que eu vou saber... Se não der certo, como vou provar que eu paguei? Aí eu fiquei com medo desse tipo de negociata. Daí queriam 5 milhões logo e depois de 15 dias queriam mais R$ 50 milhões", disse Trindade.

A declaração traz novos elementos para o inquérito que tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF) por indícios de interferência do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), na investigação contra o ex-ministro. A ação foi aberta após o jornal revelar, em março, a existência de um "gabinete paralelo" no Ministério da Educação (MEC) controlado por Gilmar e Arilton para facilitar o acesso à pasta. O caso resultou na prisão de Ribeiro e dos dois pastores. Todos já foram soltos, mas a investigação segue em curso.

Candidato a deputado estadual, Trindade responde por crime de estelionato após ser acusado de aplicar golpes com promessa de liberação de empréstimos para beneficiários do Bolsa Família. Ele, no entanto, disse ao jornal que jamais foi intimado judicialmente e afirma não ter qualquer impedimento eleitoral. 

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