Galípolo diz que Copom não espera ganhar prêmio de “miss simpatia” com Selic a 15%; taxa é a maior desde 2006
Presidente do BC afirmou que patamar tem como objetivo atingir meta de inflação

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira (8) que o Comitê de Política Monetária (Copom) não espera “ganhar prêmio de miss simpatia” diante da decisão de elevar a taxa de juros (Selic) de 14,75% para 15%, o maior patamar há quase duas décadas.
Em almoço oferecido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Galípolo reforçou o compromisso da instituição com o cumprimento da meta de inflação de 3%.
“Eu tenho plena consciência de que, ao colocar a taxa de juros em 15%, dificilmente eu e os meus colegas do Copom vamos ganhar por meio de miss simpatia no ano de 2025. Mas eu durmo muito tranquilo, sabendo que o que eu estou fazendo é cumprir a meta, perseguir a meta”, declarou.
Ao defender a elevação da Selic, o presidente do BC afirmou que a medida é necessária para cumprir o objetivo definido em lei, além de dizer que a instituição segue um arcabouço legal e institucional que não permite interpretações subjetivas.
“A meta não diz assim para mim: ‘seja a menor taxa de juros do mundo’. A meta é a taxa de juros num patamar restritivo o suficiente, pelo período necessário, para atingir a meta de 3%”, disse.
Ele também ressaltou que esse é o padrão adotado em outros países. “Toda vez que a inflação está subindo, você sobe a taxa de juros. Toda vez que a inflação está caindo, você reduz a taxa de juros. Esse é o mecanismo de transmissão da política monetária”.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, está em 5,32% no acumulado em 12 meses terminados em maio.
LEIA TAMBÉM:
• Alta dos juros faz inadimplência atingir maior patamar da série histórica em maio
• Ministro da Agricultura critica Selic a 15% e diz que taxa dificulta Plano Safra
• Lula cita a Taxa Selic como único número negativo da economia brasileira
• 'É incompreensível', diz Gleisi Hoffmann ao criticar aumento da Selic para 15% ao ano