Governo espera resposta do STF para adicionar devoluções do INSS no Orçamento, afirma Tebet
Simone Tebet apontou ainda que Toffoli deve dizer se os valores ficarão dentro ou fora do arcabouço

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que a equipe econômica ainda espera pelo posicionamento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, sobre o arcabouço fiscal — ou seja, se o ressarcimento de aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos entrará ou não no arcabouço. A declaração da ministra aconteceu nesta terça-feira (8).
Tebet ainda afirmou, em audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO), que não está estabelecido se o pagamento será realizado por meio de crédito extraordinário, já que há normas, como a imprevisibilidade, para acionar o mecanismo.
“A principal dúvida que tínhamos era sobre a certeza de que se trata de um fato imprevisto. Para gerar um crédito extraordinário, não basta que haja imprevisibilidade — é necessário que esses dois pressupostos fiquem claros para a criação desse crédito”, declarou Tebet.
A ministra esclareceu que o crédito extraordinário é um recurso que o governo pode utilizar para despesas imprevistas, que não estão incluídas no orçamento autorizado, sem abalar o limite estabelecido para as despesas.
Quando uma despesa não está no arcabouço, ela não consta nesses limites e, assim, não compromete a meta fiscal, que em 2025 é de déficit zero, com margem de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Tebet continua e afirma que, sem essa previsão, o governo vai ter que “cortar despesas neste ano, seja do Executivo, do Legislativo ou das emendas, de forma linear”.
“Como é um fato imprevisível, ninguém previa esse valor — não sabemos ainda se serão R$ 4 bilhões, R$ 5 bilhões ou menos. Houve uma decisão, ainda não definitiva, do Supremo, que poderia permitir a emissão de crédito extraordinário. [...] Mas até agora não houve decisão final sobre o arcabouço nem sobre se essa despesa ficará dentro ou fora da meta fiscal”, disse.