Geriatra alerta para os riscos e necessidades de prevenção para idosos em meio a altas temperaturas
Relatório da The Lancet alerta para medidas preventivas cruciais durante estes períodos
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Um recente relatório publicado na revista científica The Lancet apontou que a mortalidade de idosos ligada ao calor aumentou em 85% durante o ano de 2020. Esse índice foi comparado aos registros entre 1990 e 2000, alertando para uma preocupante tendência de risco para a população mais velha em períodos de altas temperaturas. A Dra. Fátima Bastos, geriatra do Hospital São Luiz Campinas, interior de São Paulo, destaca a vulnerabilidade dos idosos aos efeitos adversos das altas temperaturas, enfatizando as mudanças fisiológicas naturais que acompanham o envelhecimento.
A médica salienta a importância de adotar medidas preventivas para evitar complicações, como insolação e desidratação, especialmente nesse grupo etário. A unidade da Rede D’Or, inaugurada em maio deste ano, oferece o Programa de Longevidade D’Or, um serviço multidisciplinar e personalizado direcionado a pacientes com 60 anos ou mais, com o objetivo de promover a saúde e melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.
Dra. Fátima ressalta que, devido à redução na quantidade de água no organismo dos idosos, combinada ao fenômeno da vasodilatação, que dilata os vasos sanguíneos para liberar calor, a capacidade de regular a temperatura corporal é dificultada.
“A tendência dos idosos em sentir menos sede e ingerir menos água aumenta o risco de desidratação, podendo resultar em pressão baixa, distúrbios comportamentais e confusão mental”, alerta a geriatra. Outro ponto crítico é a exposição prolongada ao sol, podendo levar a condições como hipertermia, elevando a temperatura corporal a níveis perigosos.
“Sem a adequada hidratação, os idosos têm dificuldade em repor água e, com o tempo, param de suar, função essencial para o resfriamento da pele. Isso pode levar à insolação e apresentar sintomas como tontura, fraqueza, pressão baixa, confusão mental, agitação, vômitos e câimbras”, destaca Dra. Fátima.