Economia

Gol e Azul tentam renegociar dívidas acumuladas na pandemia

Momento não é dos melhores com o real desvalorizado e o preço do combustível de aviação em patamar elevado

Por Da Redação
Ás

Gol e Azul tentam renegociar dívidas acumuladas na pandemia

Foto: Reprodução

As companhias aéreas tentam reduzir ou adiar as dívidas que foram feitas nos últimos três anos, quando a demanda por voos recuou drasticamente com a pandemia. Nas últimas semanas, a Azul vem renegociando suas dívidas, enquanto a Gol conseguiu uma injeção de capital que foi vista por uma agência classificadora de risco como um “calote seletivo”.

O momento não é dos melhores com o real desvalorizado e o preço do combustível de aviação em patamar elevado. Segundo analistas, as empresas estão em uma situação delicada, pois, diante da alta dos custos que têm enfrentado, precisam elevar ainda mais o preço das passagens para gerar caixa e pagar credores. Se sobem as tarifas, porém, perdem clientes e ficam com voos insustentáveis do ponto de vista financeiro. Por isso, a necessidade de renegociação.

“Durante a pandemia, as aéreas acumularam dívidas. Agora, as ações delas valem muito pouco comparado ao antes da crise. Isso mostra preocupação em relação à capacidade das empresas de rolarem essas dívidas”, diz o consultor André Castellini, sócio da Bain & Company e especialista no setor aéreo. As ações de Gol e Azul valem hoje pouco mais de 12% do registrado no pré-pandemia.

A Gol acumula R$ 26 bilhões em dívidas. Em um anúncio feito no início de fevereiro, a empresa receberia um aporte de US$ 1 bilhão que não foi suficiente para as ações se valorizarem. No mercado, os analistas reclamam que há poucas informações sobre a transação e que, até agora, não conseguiram conversar com a direção de relações com investidores da companhia.

Já a Azul ainda não conseguiu fechar a renegociação. A empresa tem R$ 22 bilhões em dívidas e precisa pagar, em 2023, R$ 3,8 bilhões a arrendadores de aviões e R$ 700 milhões a bancos, segundo fontes do mercado. Do total devido a arrendadores, R$ 3,2 bilhões são referentes ao aluguel anual das aeronaves e R$ 600 milhões ao valor postergado durante a pandemia.

No fim do ano passado, a companhia já havia sinalizado a intenção de levantar capital no mercado financeiro para aliviar sua situação.

 

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