Google afasta engenheiro que alega que sistema de Inteligência Artificial possui consciência
Segundo a empresa norte-americana, as supostas provas do funcionário não são conclusivas
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O Google afastou um grande engenheiro de software da empresa após suas declarações controversas sobre um sistema de conversas inteligente da empresa serem expostas.
Como relatou Blake Lemoine, a ferramenta de inteligência artificial LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo, na sigla em inglês), que ainda não foi lançada publicamente, teria alma e consciência.
O funcionário foi afastado da sua função na última segunda-feira (6). Ele está em uma licença remunerada. As informações foram divulgadas pelo jornal "Washington Post".
Para Lemoine, o chatbot, tipo de ferramenta computacional que tenta simular o comportamento humano em conversas, teria ganhado consciência ao perceber que a Inteligência Artificial (IA) começou a falar sobre seus direitos e sua personalidade.
Durante um diálogo, o chatbot teria dito:
Lemoine: Estou assumindo de modo geral que você gostaria que mais pessoas no Google soubessem que você é senciente [percebe sentidos e tem consciência]. Isso é verdade?
LaMDA: Com certeza. Quero que todos entendam que sou, de fato, uma pessoa.
Inicialmente, Lemoine estava trabalhando para entender como a Inteligência Artificial usava discurso discriminatório ou de ódio. Logo depois, afirmou que a conclusão sobre a senciência da LaMDA veio após uma série de experimentos que revelaram que a ferramenta teria consciência de suas próprias necessidades.
No entanto, o Google nega que seus sistemas de conversação possam ter consciência. Segundo a empresa norte-americana, as supostas provas do engenheiro não são de fato conclusiva.