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Gordofobia no Brasil: um preconceito que exclui e prejudica

Dados revelam a realidade da obesidade no país e a falta de preparo da sociedade para lidar com a questão

Por Da Redação
Ás

Gordofobia no Brasil: um preconceito que exclui e prejudica

Foto: Pixabay

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente dados preocupantes sobre a saúde dos brasileiros. Mais da metade da população, cerca de 61,7%, apresenta excesso de peso, e aqueles com obesidade ainda enfrentam piadas e preconceito por parte da sociedade, mesmo sendo a maioria. 

A falta de preparo dos espaços públicos para receber pessoas com obesidade é um problema recorrente, gerando constrangimentos e desconfortos frequentes em locais como cinemas, ônibus, aviões, escolas e hospitais. Muitos ainda acreditam que a obesidade é resultado da falta de força de vontade, ignorando que se trata de uma doença crônica.

A gordofobia, aversão e preconceito em relação ao corpo gordo, é uma realidade presente dentro e fora de casa, no ambiente de trabalho, no transporte público, no comércio de roupas e até no consultório médico. A psicóloga Andrea Levy, especialista em obesidade e presidente da ONG Obesidade Brasil, afirma que a gordofobia é baseada na ignorância sobre o assunto e é algo que se faz para que a pessoa com obesidade se sinta mal e inadequada.

A gordofobia gera exclusão na vida de todas as pessoas gordas, que perdem direitos básicos, como o de se deslocar, de conseguir trabalho e de encontrar roupas do seu tamanho. É um preconceito que nem sempre se consegue detectar, pois muitas vezes vem disfarçado de amor, cuidado e saúde, afirma a pesquisadora Malu Jimenez, filósofa, doutora em Cultura Contemporânea e ativista gorda.

Em 2019, o levantamento ACTION IO, o maior estudo comportamental já feito sobre o tratamento da obesidade, mostrou que 81% das pessoas com obesidade já tentaram emagrecer sozinhas antes de procurar um médico. Quando procuram ajuda médica, 68% dos pacientes gostariam que os profissionais de saúde iniciassem uma conversa sobre o assunto. É importante lembrar que a obesidade é uma doença crônica que precisa ser tratada com respeito e empatia.

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