Governador do Rio diz que só há 'fofoca jurídica e política' sobre caso Marielle Franco
Lewandowski, anunciou que o STF homologou a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que espera que o caso Marielle Franco seja resolvido o mais rapidamente possível, mas acrescentou que até o momento só há "fofoca jurídica e política".
Castro esteve no Palácio do Planalto, para uma reunião com o presidente Lula (PT). Ao sair, foi questionado por jornalistas a respeito da homologação da delação do ex-policial Ronnie Lessa e da conclusão das investigações sobre a morte da ex-vereadora do Rio.
"A gente espera o desfecho o mais rápido possível. Só o que tem até agora são fofocas jurídicas e políticas. A gente espera que [seja decisiva] a colaboração que o Estado deu prendendo os dois que fizeram a delação. Tem que lembrar que quem prendeu foi o Estado. Eu sempre disse que não existe crime federal, estadual, municipal", afirmou.
"O que a gente espera é que a colaboração do Estado tenha sido decisiva. Não pode esquecer que eu fui colega da Marielle enquanto vereador e com certeza a gente é super interessado que esse crime seja elucidado o mais rápido possível", completou.
Nesta terça-feira (19), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou que o STF (Supremo Tribunal Federal) homologou a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor disparos que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
O Supremo recebeu no último dia 11 parte da investigação sobre os assassinatos. O caso foi distribuído ao ministro Alexandre de Moraes.
"Eu acabo de estar com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que me comunicou oficialmente que ele homologou a colaboração premiada do ex-policial Ronnie Lessa depois de ter passado ontem em uma audiência", disse o ministro da Justiça, na ocasião.
"Ele confirma todos os termos da colaboração premiada, essa que tramita em segredo de Justiça, e esse ministro não teve acesso a ela. Mas nós sabemos que essa colaboração, que é um meio de obtenção de provas, nos traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que brevemente teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco", concluiu.
O STF disse, por meio de nota, que o ministro Alexandre de Moraes homologou o acordo de colaboração premiada após verificar presentes os requisitos exigidos em lei de regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal.
"Na segunda-feira (18/3), houve audiência com o colaborador, na qual foi constatada a voluntariedade da manifestação da vontade dele. Agora, o caso está com a Polícia Federal para continuidade das investigações, que correm sob sigilo", disse, em nota.
Marielle Franco foi assassinada no centro do Rio, na noite de 14 de março de 2018. O carro em que ela estava e que era conduzido por Anderson foi alvejado por 13 tiros. Os motivos e os mandantes do crime permanecem desconhecidos seis anos após as mortes.
Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos. O primeiro foi acusado de ser o autor dos disparos, enquanto o segundo, de dirigir o veículo usado no assassinato.