Governador do Rio é citado em delação premiada firmada por um ex-assessor
O depoimento ao Ministério Público do estado segue em sigilo
Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil
O governador Cláudio Castro, do Rio de Janeiro , foi citado em uma delação premiada firmada por um ex-assessor dele, o empresário Marcus Vinicius Azevedo da Silva. O depoimento ao Ministério Público do estado segue em sigilo. A pedido do MPRJ, a 26ª Vara Criminal da Capital enviou no último 3 de agosto o material para o Superior Tribunal de Justiça.
A delação foi negociada em 2020 com o Ministério Público Federal e homologada pelo STF, por envolver deputados federais, cujo foro é no Supremo. A citação ao candidato à reeleição pelo PL foi posterior à homologação, em um depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro.
“Ao prestar novas declarações, o colaborador Marcus Vinicius mencionou e detalhou a participação do atual governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Bomfim de Castro e Silva, além de outros agentes com prerrogativa de foro, na organização criminosa objeto da denúncia”, aponta o documento do MP.
Esta delação deve ser juntada com a de Bruno Selem, ex-funcionário da Servlog, empresa que tinha contratos milionários com o governo fluminense. O governador é acusado por Selem de ter recebido R$ 100 mil em propina em 2019, quando ainda era vereador.
O assessor Marcus Vinicius trabalhou para Castro no período em que o político era vereador, antes de disputar a eleição em 2018. Sócio da empresa RioMix, que também tinha contratos milionários com o governo estadual, Marcus Vinicius foi preso em julho de 2019 por fraudes contratuais na Fundação Leão XIII. O conteúdo das delações, contudo, não deve ser analisado até o fim das eleições.
Marcus Vinicius foi preso em julho de 2019, na primeira fase da Operação Catarata, do MPRJ, que apurou suspeitas de desvio de dinheiro na Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, na Secretaria Municipal de Proteção à Pessoa com Deficiência e na Fundação Estadual Leão XIII. Esta última era subordinada a Cláudio Castro, então vice-governador.
Segundo o site Metrópoles, a assessoria de Cláudio Castro disse em nota que o governador não foi notificado pela Justiça e que não irá comentar as investigações. Castro disse também, pela sua assessoria, que “confia na Justiça e aguarda que os fatos sejam esclarecidos o mais rápido possível”.