‘Governo argentino emite sinais que ameaçam a essência do Mercosul', diz chanceler
Novo governo questionará o comércio bilateral com o Brasil
Foto: Reprodução / José Cruz (Agência Brasil)
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi convidado pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados para falar nesta quarta-feira (27), sobre a política de divulgação da cultura brasileira no exterior. Na ocasião, o chanceler afirmou que o governo brasileiro está preocupado com os sinais emitidos pelo novo governo argentino em relação à essência do Mercosul.
"Se o segundo sócio do Mercosul tem uma visão tão incompatível quanto aquilo que consideramos a essência do Mercosul precisamos pensar nisso", disse.
O novo governo argentino assume em 10 de dezembro no lugar do atual presidente Maurício Macri. O futuro presidente da Argentina, Alberto Fernández, e a vice-presidente, Cristina Kirchner, foram eleitos em primeiro turno em 27 de outubro.
"Claro que eles não assumiram [ainda], temos que ver que mensagem eles trarão", acrescentou Ernesto Araújo. O chanceler citou, como sinais que ameaçam a essência do Mercosul, informações vindas da Argentina de que o novo governo questionará não só o comércio bilateral com o Brasil como também a extensão do acordo fechado com a União Europeia. Segundo ele, os questionamentos com relação ao comércio bilateral podem ser "interpretados como barreiras intramercosul".
"Não é que queiramos ter uma relação má com a Argentina, queremos ter a melhor relação possível, é um país irmão, sempre será, independentemente do governo", acrescentou Ernesto Araújo.
Ernesto ainda enumerou projetos visando à projeção de artistas brasileiros no exterior em todos os campos, incluindo música, balé, teatro e artes plásticas.