Governo de Maduro define o veto do Brasil no Brics como "uma agressão à Venezuela e um gesto hostil"
Venezuela busca ser membro ativo do Brics a meses, com Maduro recebendo apoio de Putin
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O governo da Venezuela denunciou que o Brasil vetou a entrada do país no Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) durante a reunião de cúpula realizada na cidade de Kazan, na Rússia. Para eles, foi um ato que considerou uma “agressão” e um “gesto hostil” contra o país.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano afirmou que contou com o "respaldo e apoio dos países participantes nesta cúpula para a formalização de sua entrada neste mecanismo de integração". Porém, "a representação da chancelaria brasileira, liderada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que Bolsonaro aplicou contra a Venezuela durante anos". Esta ação "constitui uma agressão à Venezuela e um gesto hostil", que qualificou o veto de "inexplicável e imoral".
O bloco do Brics, fundado em 2009, além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em 2024, se uniram ao grupo Etiópia, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos. A Venezuela buscava há meses ser membro ativo do bloco. Para isso Maduro viajou até Kazan, na Rússia, para se reunir com os parceiros do Brics e o presidente russo, Vladimir Putin, o qual manifestou o seu apoio.
Desde as eleições presidenciais venezuelanas, a relação entre Brasil e Venezuela esfriou. No dia 28 de julho desse ano, Nicolás Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato, em meio a denúncias de fraude.
Depois da ruptura diplomática ocorrida em 2019, devido ao reconhecimento de Bolsonaro ao opositor Juan Guaidó como presidente interino, os dois países retomaram as relações bilaterais em janeiro de 2023, e com o tempo Lula e Maduro falaram de uma “nova época” nas relações em maio do mesmo ano, quando se reuniram no Palácio do Planalto, em Brasília.