Governo decreta sigilo em encontros de Bolsonaro com pastores
Planalto justificou sigilo como forma de garantir segurança dos envolvidos na investigação
Foto: Alan Santos/PR
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo ministro Augusto Heleno, decretou sigilo sobre os encontros entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e os pastores lobistas Gilmar Santos e Arilton Moura, suspeitos de pedirem propina no Ministério da Educação (MEC) para liberar recursos para prefeituras. As informações são do O Globo.
O site solicitou, através da Lei de Acesso à Informação, a relação das entradas e saídas dos dois pastores no Palácio do Planalto, incluindo os registros que tiveram como destino o gabinete presidencial.
"A solicitação não poderá ser atendida. Observa-se, assim, que o tratamento de dados pessoais coletados no caso, o nome e a data de entrada de visitantes na Presidência da República, cumpre a finalidade específica de segurança", escreveu o GSI, que disse que sua decisão está amparada pela lei 13.844, de 2019.
Santos e Moura são os principais apontados pelas denúncias de irregularidades no Ministério da Educação. Em um áudio, o ex-ministro Milton Ribeiro diz, durante reunião com prefeitos, que repassava verba da pasta para os municípios apontados pelos dois religiosos. Ribeiro disse ainda que fazia isso a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Os pastores se reuniram com o presidente ao menos três vezes, no Palácio do Planalto, e uma, no Ministério da Educação, com a presença de Milton Ribeiro, e constam da agenda oficial do presidente. Porém, o GSI se recusou a informar as visitas dos religiosos registradas, que possam ter ficado fora da agenda, nas portarias do Planalto.