Governo Federal diz que adiamento de ferramenta do WhatsApp não tem cunho eleitoral
Aplicativo afirma que decisão não foi tomada a pedido do TSE
Foto: Alan Santos/PR
O ministro das Comunicações, Fabio Faria, disse nesta quarta-feira (27), em coletiva, que o adiamento da implementação do recurso “comunidades” no WhatsApp foi uma decisão global tomada pela Meta, que controla a plataforma. Head do aplicativo de mensagens no Brasil, Guilherme Horn, encontrou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro na manhã de hoje, no Palácio do Planalto.
Em nota, o WhatsApp negou que tenha adiado o recurso no país em função de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O WhatsApp deixou muito claro que em nenhum momento atendeu o pedido do TSE para que fossem feitas essas mudanças em relação às ‘comunidades’ apenas após as eleições”, disse o ministro.
“Eles tomaram uma decisão global, olhando os concorrentes, olhando o mercado mundial. Esses testes não aconteceram em nenhum país até agora. Provavelmente no segundo semestre ou até no último quadrimestre eles irão implementar esse serviço”, completou Faria
Em fevereiro, a Corte eleitoral assinou um acordo com o aplicativo para combater a desinformação durante o processo eleitoral de 2022. Em meados de abril, foi noticiado que o recurso “comunidades”, que vai abrigar diversos grupos com milhares de usuários, seria lançado no Brasil apenas após o segundo turno das eleições.
Leia a íntegra da nota do WhatsApp:
Como parte de seu diálogo constante com as autoridades dos países em que atua, o WhatsApp participou hoje de uma reunião com o Governo brasileiro para fornecer mais informações sobre o recurso Comunidades e os planos da empresa para sua implementação no país. De acordo com o calendário já divulgado, a implementação da funcionalidade no Brasil ocorrerá somente após o período eleitoral.
É importante ressaltar que a decisão sobre a data de lançamento deste recurso no Brasil foi tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo. Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Como já informado previamente, o WhatsApp assinou um memorando de entendimento com o TSE no início deste ano que inclui, por exemplo, um chatbot, um canal de denúncias para contas suspeitas de disparos massivos e treinamentos para a equipe da Justiça Eleitoral. Entre outras plataformas digitais, a empresa também é signatária do Programa de Enfrentamento à Desinformação desde 2019. No entanto, nenhum desses acordos com o WhatsApp faz referência à funcionalidade Comunidades ou ao seu momento de lançamento, pois esse tipo de decisão cabe à empresa.
Por outro lado, nos últimos anos, o WhatsApp fez uma série de parcerias estratégicas com o Governo brasileiro que, de acordo com os próprios ministérios e órgãos vinculados, trouxeram eficiência na comunicação do governo e impactaram positivamente milhões de brasileiros, como o chatbot com o Ministério da Saúde no início da pandemia e a conta oficial da CAIXA no WhatsApp para a comunicação com os beneficiários do Auxílio Emergencial.
Estamos no início do desenvolvimento de Comunidades para o aprimoramento do recurso antes de passar à etapa de lançamento global, o que não acontecerá por vários meses. Continuaremos a avaliar o momento exato para o lançamento da funcionalidade no Brasil e comunicaremos a data quando estiver definida. Reafirmamos que isso só acontecerá após as eleições de outubro.