Governo libera R$ 474 milhões em emendas em um único dia, maior repasse do ano
Davi Alcolumbre lidera lista de parlamentares com mais recursos pagos

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Na última sexta-feira (27), o governo federal efetuou o pagamento de R$ 474 milhões em emendas parlamentares, marcando o maior volume liberado em um único dia neste ano, segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento. O repasse superou o montante registrado no dia 23 de junho, quando foram pagos R$ 403 milhões.
Ao todo, foram contempladas 149 emendas individuais, somando R$ 343 milhões destinados a deputados federais e R$ 131 milhões a senadores.
O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi o parlamentar que mais recebeu recursos no dia, com o pagamento de R$ 20,5 milhões em uma única emenda, apesar de recentes atritos com o governo por conta da votação do projeto que anulou decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o IOF.
O parlamentar com maior valor acumulado em emendas pagas neste ano é o senador Eduardo Braga (MDB-AM), que teve liberados R$ 24,5 milhões, seguido por Alcolumbre e pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA), relator do Orçamento de 2025, que recebeu R$ 13 milhões. Os recursos são destinados ao custeio de serviços de atenção primária à saúde nos estados de origem dos parlamentares.
No acumulado de 2025, o governo empenhou R$ 3,13 bilhões para pagamento de 1.510 emendas, sendo R$ 803 milhões apenas na última sexta-feira. Apesar disso, o valor efetivamente pago até agora soma cerca de R$ 940 milhões, o que corresponde a 2% dos mais de R$ 50 bilhões aprovados pelo Congresso Nacional em emendas para este ano, a maior parte destinada a emendas individuais.
Parlamentares têm manifestado insatisfação com o ritmo de liberação dos recursos, apontando atrasos como um dos motivos para derrotas do governo no Legislativo. E
m resposta, a Secretaria de Relações Institucionais atribuiu a demora a mudanças no processo de pagamento, decorrentes de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), além do atraso na aprovação do Orçamento de 2025, sancionado apenas no fim de março.