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Política

Governo Lula acusa gestão de Bolsonaro de ignorar alertas de socorro dos povos indígenas Yanomamis

Acusação formal foi assinada em abril pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida

Por Da Redação
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Governo Lula acusa gestão de Bolsonaro de ignorar alertas de socorro dos povos indígenas Yanomamis

Foto: Reprodução

O governo Lula acusou o governo Bolsonaro de ignorar alertas de socorro e se esforçar em ações contra os povos indígenas Yanomamis, que enfrentam grande crise humanitária. A acusação formal foi assinada em abril pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, com menções à gestão da senadora bolsonarista Damares Alves à frente da pasta. As informações são da coluna Guilherme Amado, do Metrópoles.

“A gestão anterior [Jair Bolsonaro] não realizou visitas in loco ou qualquer outra forma de oitiva da sociedade civil interessada, menos ainda com a intenção de apreciar as denúncias de violência e conflitos vivenciados no território Yanomami, reforçando seu empenho em privilegiar a atividade econômica ilegal sobre os direitos indígenas”, escreveu o ministro Silvio Almeida no relatório, destacando que esses atos do governo anterior contra os Yanomamis estão sujeitos a responsabilização.

A gestão Lula decretou emergência pública na Terra Indígena Yanomami em janeiro deste ano, e apontou que havia 20 mil garimpeiros dentro da reserva Yanomami, o que é ilegal. Enquanto isso, os indígenas com terra demarcada morriam de desnutrição severa.

A equipe técnica do Ministério dos Direitos Humanos apontou cinco principais problemas na terra Yanomami, além da insegurança alimentar: uso de drogas, tráfico de armas, violência sexual, trabalho escravo e ameaças de morte a lideranças indígenas.

O governo Bolsonaro foi acusado de irregularidades em pelo menos 22 medidas, entre ações e omissões, como por exemplo: rejeição a alertas das Nações Unidas e do Ministério Público Federal; recusa em responder a ações judiciais que tratavam dos Yanomami; suspensão de proteção policial a lideranças Yanomamis; envio de cestas básicas inadequadas; e renúncia em enviar leitos de UTI e materiais de limpeza aos indígenas durante a fase aguda da pandemia.

À coluna, Damares Alves afirmou que duas comissões do Senado não constataram qualquer irregularidade por seu trabalho na pasta. “O ministério enviou ofícios aos órgãos responsáveis para solicitar atuação e recebeu relatórios das equipes técnicas. Representantes da pasta estiveram ‘in loco’ inúmeras vezes para levantar informações. No auge da pandemia foram distribuídas cestas básicas. Os antigos ministros e o atual ministro de Direitos Humanos também vão responder por essas mortes ou só a Damares tem que dar explicações?”. Damares disse também que a desnutrição entre crianças indígenas é um “dilema histórico”, e que 121 Yanomamis já morreram neste ano.

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