Governo permite fuga de garimpeiros, mas investigação encontrará responsáveis, afirma Flávio Dino
Segundo o ministro, a atitude do governo não representa um "caminho de impunidade"
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nessa segunda-feira (6), que o governo federal permitiu a fuga de garimpeiros ilegais do território yanomami, sem prender ninguém, para evitar que o uso da força "sem planejamento" agrave o conflito entre os garimpeiros e os indígenas.
Segundo Dino, cerca de 15 mil garimpeiros ilegais estavam no território indígena no início do ano, número superior ao que o governo federal consegue empregar na localidade. A situação é considerada complexa em razão da proximidade dos garimpeiros com os yanomami.
O ministro da Justiça destacou que a fuga dos garimpeiros, permitida pelo governo, não é um "caminho de impunidade". "Sobre as investigações, temos um foco prioritário: os financiadores, os donos dos garimpos ilegais e aqueles que fazem lavagem [de dinheiro]. Claro que temos os executores de crimes ambientais —essas pessoas estão sendo identificadas por imagens e serão alvo do inquérito policial" disse.
Força-tarefa
O ministro anunciou ainda que será iniciada a 2ª fase da força-tarefa do governo federal para controlar a situação de calamidade do povo yanomami, que enfrenta crise de saúde pública com o avanço do garimpo ilegal no território indígena.
A ação envolve o envio de mais de 500 policiais federais, agentes da Força Nacional e militares das Forças Armadas para a terra indígena yanomami. Desse total, 100 agentes da Força Nacional se deslocam nesta segunda-feira (6) a Roraima, para reforçar a segurança das bases da Funai e dos postos de saúde próximos a Boa Vista.