Governo prevê salário mínimo de R$ 1.088, mas valor pode ter que ser maior
Estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos apontam para outra quantia
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O governo Federal, na estimativa mais recente, divulgada nesta semana, propõe um aumento de R$ 43 para o salário mínimo em 2021, dos atuais R$ 1.045 para R$ 1.088. O salário mínimo serve de piso salarial para os trabalhadores do país e também para a base das aposentadorias.
É este o valor que consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apresentada pela equipe econômica na terça-feira (15) e aprovada nesta quarta (16) pelo Congresso Nacional. A LDO é o que dá as bases para todos os gastos do governo no ano seguinte.
Apesar disso, há grandes chances de o salário mínimo fixado estar subestimado e acabar tendo que ser aumentado depois. Nas estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), por exemplo, o mais provável é o que valor definitivo acabe mais perto dos R$ 1.093. Para alguns economistas, a correção pode ser até maior.
Segundo a Constituição Federal, o salário mínimo deve ser reajustado todo ano para, pelo menos, recompor a inflação do ano anterior. O problema é que a inflação só é calculada e divulgada depois que o ano acaba, em meados de janeiro.
Como é necessário haver um novo salário mínimo pronto para começar a valer já em 1º de janeiro, o governo usa uma projeção preliminar para fixá-lo – sua projeção, porém, está abaixo do que a maioria dos economistas acredita que deve acontecer.
O indicador de inflação padrão usado para os reajustes é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforma a equipe econômica, que fixou o mínimo em R$ 1.088, a proposta apresentada trabalha com uma variação de 4,1% no INPC até o encerramento deste ano.
As projeções de mercado mostram uma alta de 4,3% - e seguem aumentando semana a semana. Elas são colhidas semanalmente pelo Banco Central para elaborar o Boletim Focus, que reúne as expectativas de bancos, consultorias e analistas para os principais indicadores econômicos do país.
Os economistas entendem que, com a disparada de preços dos alimentos nos últimos meses, somada a reajustes de última hora como o que aumentou a conta de luz em dezembro, a inflação de fim de ano vai acabar maior do que o imaginado anteriormente.
A projeção da consultoria é de que os preços vão subir bem mais que isso no último mês do ano: