Governo prorroga estado de emergência zoossanitária por gripe aviária
Medida busca prevenir a contaminação de aves comerciais pelo vírus H5N1
Foto: Wikimedia/César Augusto Chirosa
O Ministério da Agricultura e Pecuária anunciou a prorrogação, por 180 dias, da declaração de emergência zoossanitária em todo o território brasileiro, devido à identificação de focos do vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade, principalmente em aves silvestres. A medida, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (7), visa à adoção de políticas preventivas com o objetivo de evitar a contaminação de aves comerciais por essa doença, conhecida como gripe aviária.
O governo havia decretado a emergência zoossanitária em 22 de maio, uma semana após a primeira detecção de ave silvestre migratória contaminada. Nesse período, foram identificados 139 focos da doença, sendo apenas três em aves de subsistência nos estados do Espírito Santo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Conforme as diretrizes do protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), visto que não houve registros da doença em aves comerciais, o Brasil mantém seu status de país livre do H5N1. Até o momento, o Serviço Veterinário Oficial investigou 2.207 casos e enviou 609 amostras para análise laboratorial. Atualmente, 18 casos ainda estão sob investigação, com 139 já confirmados, a maioria localizada na faixa litorânea que se estende do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul.
O Brasil é responsável por 35% do mercado global de carne de frango e é o maior exportador do mundo. Devido à alta capacidade de mutação do vírus H5N1, que pode se adaptar a novos hospedeiros, essa doença representa uma ameaça ao comércio internacional de produtos avícolas e à saúde humana. Embora nunca tenha havido registros da doença em seres humanos no Brasil, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) documentou casos nas Américas, incluindo Estados Unidos, Chile e Equador.