Tuberculose registra 1,3 milhão de óbitos em 2022, alerta OMS
O relatório global destaca o impacto da COVID-19 e a ligação entre a tuberculose e o HIV
Foto: Irin/David Gough
A tuberculose ocupou a triste posição de segunda doença infecciosa mais letal em 2022, com cerca de 1,3 milhões de óbitos registrados durante o ano, de acordo com o Relatório Global sobre a Tuberculose 2023, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O relatório revela um retrocesso aos níveis de 2019 na luta contra a tuberculose, em grande parte devido ao impacto da pandemia de COVID-19, que provocou a maior perda de vidas por doenças infecciosas no ano passado.
Entre as vítimas da tuberculose em 2022, cerca de 167 mil eram pessoas que viviam com o HIV. A tuberculose esteve fortemente associada às mortes de pacientes com o vírus da AIDS e também foi uma das principais causas de resistência antimicrobiana.
Das pessoas vivendo com o HIV, 6,3% foram diagnosticadas com tuberculose, representando o maior número desde o início do monitoramento global da doença pela OMS em 1995.
Entre as nações de língua portuguesa, Angola, Brasil e Moçambique estão entre os 30 países no mundo com a maior carga da doença.
Em 2022, houve 10,6 milhões de notificações globais de tuberculose, das quais 5,8 milhões foram em homens, 3,5 milhões em mulheres e 1,3 milhões em crianças. A taxa de incidência de tuberculose a cada 100 mil habitantes registrou um aumento de 3,9% entre 2020 e 2022, interrompendo a tendência de queda de aproximadamente 2% ao ano que havia ocorrido nas últimas duas décadas.
Os países com mais de dois terços do número global de pacientes de tuberculose incluem a Índia, Indonésia, China, Filipinas, Paquistão, Nigéria, Bangladesh e República Democrática do Congo.
Apesar dos desafios, a OMS destaca que esforços significativos resultaram na salvação de cerca de 75 milhões de vidas desde o ano 2000. No ano de 2021, aproximadamente 34 milhões de pessoas receberam tratamento para tuberculose, alcançando 84% da meta estabelecida de 40 milhões para o período 2018-2022, na Reunião de Alto Nível da ONU para a Tuberculose.
No entanto, a OMS destaca a disparidade entre o número estimado de pessoas que adoeceram e aquelas que foram recentemente diagnosticadas. Cerca de 3,1 milhões de pessoas não foram diagnosticadas nem notificadas oficialmente às autoridades nacionais em 2022.