Governo usa direito antidumping para proteger indústria de luvas não cirúrgicas do Brasil
Setor alega redução de 90% na produção devido a práticas ilegais de países asiáticos
Foto: Divulgação/ Mdic/Gabriel Lemes
O governo brasileiro voltou a utilizar o direito antidumping, uma medida que funciona como uma "liminar" contra importações realizadas a preços de dumping, visando proteger a indústria de luvas não cirúrgicas do país. O setor alega uma redução de 90% na produção devido a práticas ilegais de alguns países asiáticos.
Em entrevista à CNN, a secretária do Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, afirmou que o uso desse instrumento indica a intenção de "abrir a caixa de ferramentas" da defesa comercial para combater práticas ilegais. Essa diretriz é uma orientação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin.
No caso específico, a Targa Medical S.A., fabricante de luvas não cirúrgicas no Rio de Janeiro, denunciou as indústrias da China, Malásia e Tailândia por práticas de dumping. Esta prática ilegal consiste na venda de produtos abaixo do custo de produção para eliminar concorrência.
Em resposta, os órgãos de comércio exterior aplicaram uma tarifa antidumping para a importação desses equipamentos por seis meses. As sobretaxas variam de 6,2% a 119,3%. As investigações, iniciadas no ano passado, confirmaram a prática de dumping e o dano à indústria doméstica.