Greenpeace encontra pesticidas em limões exportados do Brasil para UE
Estudo indica que substâncias são produzidas em países do bloco europeu
Foto: Reprodução/Pixabay
Um estudo do Greenpeace, publicado na semana passada, encontrou resíduos de diversos agrotóxicos em limões produzidos no Brasil e exportados para países da União Europeia (UE). De acordo com a ONG, foram analisadas 52 frutas compradas em supermercados e mercados atacadistas na Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Suécia. Todas, exceto uma, continham resíduos de agrotóxicos.
Nas amostras contaminadas, foram detectadas 27 substâncias, sendo um biocida (clorato desinfetante), 3 herbicidas, 10 fungicidas e 13 inseticidas. Entre eles estão o herbicida glifosato, e os inseticidas imidaclopride e cipermetrina. O estudo analisou limões de diferentes safras.
“O novo relatório Acordo UE-Mercosul: um coquetel tóxico aponta que, das 52 substâncias remanescentes, 51 continham resíduos de agrotóxicos, sendo que seis entre os ativos encontrados não são aprovados para uso na UE. Além disso, um terço das amostras continha glifosato, um herbicida potencialmente cancerígeno. Muitos dos agrotóxicos - entre eles o glifosato e os inseticidas imidaclopride e cipermetrina - são vendidos no Brasil por empresas europeias”, diz a ONG.
A pesquisa também afirma que os pesticidas são produzidos e vendidos por empresas europeias no Brasil. Os principais exportadores das substâncias são a França e a Bélgica. Alemanha, Espanha e Itália completam a lista dos 5 maiores. Segundo o documento, de 2018 a 2022, as empresas francesas destinaram ao Brasil cerca de 57,8 toneladas em pesticidas no valor de € 1,1 bilhão. Já a Bélgica investiu € 698 milhões, aproximadamente 44,8 toneladas. Os 5 países europeus juntos exportaram mais de 188,1 toneladas que custaram mais de € 3 bilhões.