Grupo de líderes partidários defendem PEC de Transição de R$ 80 bilhões
Recado foi dado por partidários ao governo petista, que defende montante meio-termo de R$ 105 bilhões
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Um grupo de líderes partidários informou, na terça-feira (8) ao governo de transição, que o Congresso Nacional aceitaria sem resistências uma PEC de Transição no valor de R$ 80 bilhões. O valor seria o suficiente para garantir um Bolsa Família de R$ 600 e um aumento real do salário mínimo no próximo ano, promessas também feitas pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
A mensagem, que também foi transmitida ao governo petista, é de que tanto o PP como o PL não aceitarão um valor fora do teto de gastos acima de R$ 100 bilhões, mesma posição manifestada por integrantes do mercado financeiro.
Após o recado, dirigentes petistas já falam em um montante de meio-termo de R$ 105 bilhões. Um montante de R$ 80 bilhões é pouco menos da metade dos R$ 175 bilhões propostos pelo governo de transição em minuta antecipada pelo analista da CNN Caio Junqueira.
“A PEC tem que ser absolutamente consensual ou então não tramita no prazo necessário. E, de consensual, nós temos o auxílio de R$ 600 e o ganho real do salário mínimo, que foram promessas dos dois candidatos. Acho que isso na faixa dos R$ 80 bilhões, nós temos como tramitar, sem nenhum parlamentar contra”, disse o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR).
André Figueiredo (CE), líder do PDT na Câmara dos Deputados, ressaltou que tem compreensão de que é necessária uma PEC, mas salientou a necessidade de celeridade no processo.
“Para tramitar uma PEC, são necessárias 20 sessões. Então, nós temos que afunilar nesse caminho para que possamos ter essa garantia de que já no 1º de janeiro nós teremos esse auxílio de R$ 600”, afirmou.
O assunto tem sido discutido nesta quarta-feira (09) pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.