Guedes pede ao Senado que ‘salvem a República’ de proposta da Câmara
Ministro teme impacto econômico do auxilo para estados e municípios
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu com representantes do grupo Muda Senado e demonstrou preocupação com o pacote de socorro aos Estados que está sendo desenvolvido na Câmara. A equipe do ministro estima que o impacto da proposta está em torno de R$ 180 bilhões. “Ele disse que se passasse aquele projeto na Câmara, nos moldes que a Câmara está pensando, ele iria pedir um apoio para que o Senado salvasse a República”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos participantes da reunião, realizada por videoconferência na quinta-feira (9).
O projeto que incomoda Guedes é uma alternativa apresentada pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) ao Plano Mansueto (série de medidas para conceder socorro às contas dos Estados). A proposta original se mostrou inviável na Câmara durante a pandemia de coronavírus, por isso Pedro Paulo elaborou um novo relatório para auxiliar Estados e municípios no curto prazo, para combater os efeitos da doença. As contas do Ministério da Economia irritaram deputados. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez críticas a Paulo Guedes, dizendo que o valor é irreal.
Segundo Maia, o impacto fiscal seria, na verdade, algo em torno de R$ 50 bilhões. A reunião com os senadores foi uma iniciativa do ministro. Além de Randolfe, participaram Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Álvaro Dias (Podemos-PR), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), Eduardo Girão (Podemos-CE), Capitão Styvenson (Podemos-RN) e Lasier Martins (Podemos-RS). No total, o Muda Senado tem 22 congressistas.
No grupo, existem senadores de oposição, como Alessandro Vieira e o próprio Randolfe, e outros que têm afinidade com a política econômica do governo, como Girão e Oriovisto. Guedes disse aos senadores que em duas semanas de crise o governo federal já concedeu R$ 88 bilhões em ajudas diversas aos Estados. Ele fez um questionamento aos congressistas. “‘Onde vai ser gasto [tudo o que for repassado pela União]?’ Eu acho que essa pergunta bateu forte no nosso grupo”, disse Randolfe Rodrigues.