Economia

Guerra Rússia x Ucrânia afeta economia brasileira, europeia e africana

Aumento do preço do petróleo e dos alimentos já refletem em todo o mundo; economia brasileira sofre impactos indiretos da guerra

Por Da Redação
Ás

Guerra Rússia x Ucrânia afeta economia brasileira, europeia e africana

Foto: Getty Images

A guerra entre Rússia e Ucrânia já apresenta consequências para a economia global. Os alimentos e o petróleo estão encarecendo cada vez mais, reforçando a inflação em todo o mundo. Mas dois grupos são os mais afetados, de forma direta, segundo especialistas: o continente europeu, devido à dependência de algumas nações do gás natural russo; e a África, local onde grande parte da oferta de alimentos depende da produção do leste da Europa, que está sob ataques. 

Além dos dois países mais afetados diretamente pelo conflito, com mortes e vítimas - Rússia e Ucrânia -, as economias de países desses continentes - Europa e África - deverão sofrer com os impactos da guerra porque suas economias dependem da importação de produtos russos e ucranianos, segundo especialistas internacionais afirmaram ao UOL. 

"Os países que vão sentir mais impacto com essa crise são, primeiramente, os mais vulneráveis, aqueles que já sofrem por causa dos alimentos. Depois, os países que dependem muito de fontes de energia da Rússia", argumenta Rogério Studart, Senior Fellow do Núcleo de Economia Política do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

E o Brasil não está de fora das consequências da guerra no Leste Europeu. Esse encarecimento dos combustíveis fósseis e dos grãos possuem um maior efeito nocivo sobre economias que já sofrem com alta inflação, como a brasileira. 

No caso brasileiro, há outro agravante: a dependência do petróleo para transportes, afirma o coordenador da graduação em relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Eduardo Mello. Ao todo, cerca de 60% do que é transportado em solo brasileiro depende de combustíveis fósseis.

Por isso, o Brasil é uma das economias que mais devem sofrer os efeitos econômicos indiretos da guerra. "Quanto mais petróleo usamos, mais estamos expostos aos impactos econômicos desse conflito", diz Eduardo Mello.

Há ainda o impacto direto, devido à dependência do país de fertilizantes russos, relata o coordenador de relações internacionais do Ibmec/RJ, José Niemeyer. O Brasil compra cerca de 80% dos 40,6 milhões de toneladas de fertilizantes que são consumidos pela agricultura, por ano, e a Rússia responde a um quarto dessas importações.

"O plantio direto não funciona para grandes áreas, que precisam de fertilizantes, ou a produtividade é muito afetada, atingindo as cadeias de produção de grãos e, por tabela, também da criação de aves e suínos", declara José Niemeyer do Ibmec/RJ.

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