Hacker vendeu dados de brasileiros no exterior e recebeu em criptomoedas, diz PF
Marcos Roberto e Yuri Batista teriam divulgado ilegalmente os CPFs de 223 milhões de brasileiros

Foto: Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) detectou nesta segunda-feira (22), pagamentos no exterior aos hackers Marcos Roberto Correia da Silva, preso na última sexta-feira (19) no âmbito das investigações da Operação Deepwater, e Yuri Batista. A PF descobriu que os criminosos, além de divulgarem ilegalmente os CPFs de 223 milhões de brasileiros, venderam informações sigilosas sobre o Imposto de Renda.
Marcos Roberto é conhecido dos investigadores por ataques cibernéticos cometidos ao sistemas do Exército Brasileiro, Senado Federal e Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com a PF, é a segunda vez que ele é preso pelo crime. Já Yuri, era apenas alvo de buscas, mas a PF encontrou uma arma ilegal na casa dele e, na ocasião, ele acabou detido.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, autorizou a operação dentro do Inquérito das Fake News, uma vez que o vazamento chegou até as autoridades do STF. Os investigadores da PF acessaram o banco de dados feito por Yuri e confirmaram a suspeita de que não só CPFs haviam sido divulgados. A planilha, que possuía 14 gigabytes com 223 milhões de CPFs, também revelava dados mais sensíveis, como o Imposto de Renda. A diligência detectou na conta de Marcos Roberto movimentação de cerca de US$ 10 mil em criptomoedas. A última transação foi no último dia 12 de março.