Política

Haddad prevê aprovação de projeto de Paulo Guedes para salvar bancos em risco

Projeto de lei foi apresentado em 2019, mas ficou travada no Congresso Nacional

Por Da Redação
Ás

Haddad prevê aprovação de projeto de Paulo Guedes para salvar bancos em risco

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem uma proposta para salvar bancos como uma das prioridades para aprovação do Congresso Nacional em 2024. O projeto de lei complementar, apresentado durante a gestão do ex-ministro da Economia Paulo Guedes, está parado na Câmara dos Deputados desde 2019, mas foi adicionado na agenda de reforma microeconômica do atual governo.

Basicamente, a proposta muda as regras e o monitoramento do BC (Banco Central), da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e da Susep (Superintendência de Seguros Privados). O objetivo é diminuir os problemas que podem surgir na economia durante crises bancárias.

A equipe econômica tem pressa em aprovar a lei, principalmente, depois que os bancos Silicon Valley Bank (SBV) e Signature Bank quebraram nos Estados Unidos, em 2023. Esses eventos reacenderam o medo de uma nova crise financeira global, semelhante à que aconteceu em 2008, após a falência do Lehman Brothers, banco que o governo estadunidense optou por não resgatar.

Atualmente, a proposta está parada nas comissões. A previsão é que o projeto seja analisado pelos colegiados de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio e Serviços.

O projeto de lei estabelece dois regimes para auxiliar instituições financeiras em crise, como bancos, empresas que cuidam de infraestrutura financeira, bolsas de valores, seguradoras. Os mecanismos seriam o Regime de Estabilização (RE) e o Regime de Liquidação Compulsória (RLC). Atualmente, em momentos de crise, o Banco Central recorre a medidas como intervenção, liquidação e o Regime de Administração Especial Temporária (RAET).

Para isso, o texto detalha as diretrizes em mais de 150 artigos e determina quando os regimes podem ser aplicados. Isso inclui situações como falência, exposição a riscos muito grandes para o patrimônio e violações repetidas das leis e regulamentos.

O RE será usado, principalmente, em instituições muito importantes para a economia, aquelas cujo fechamento repentino poderia causar problemas. Um administrador, designado pela autoridade de resolução, cuidará da situação e tentará encontrar uma solução privada para reabrir a instituição. 

Esse regime prevê a suspensão dos direitos dos acionistas e remove os administradores da instituição. Pode também suspender temporariamente a cobrança de dívidas da instituição, exceto algumas, como impostos.

Já o RLC será usado quando não há riscos para a estabilidade financeira. Um liquidante é nomeado para encerrar as atividades da instituição, organizar os credores em ordem de prioridade e vender os ativos.

Outro ponto do projeto tem a ver com a responsabilização dos administradores de instituições financeiras. Atualmente, eles são responsabilizados pelo dinheiro que falta nas instituições financeiras que gerenciam, mas apenas durante o tempo em que ocupam esses cargos. 

A nova proposta também prevê que a responsabilização pode acontecer no caso de os administradores usarem seus poderes de maneira errada, desrespeitando leis, regras ou estatutos, ou se agirem de má-fé.

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