Hamas vai contra aviso de Israel e orienta população da faixa de Gaza a ficar em casa
Porta-voz do Hamas afirmou que deslocamento semelhante ao de 1948 não vai acontecer
Foto: UN News
O grupo Hamas emitiu uma recomendação aos habitantes da Faixa de Gaza para permanecerem em suas casas nesta sexta-feira (13) indo contra o alerta emitido pelo exército israelense. As forças militares de Israel haviam aconselhado toda a população no norte do território a se deslocar para o sul em um prazo de 24 horas, à medida que se preparavam para uma possível invasão terrestre, a qual poderia resultar em inúmeras vítimas.
Eyad Al-Bozom, porta-voz do Ministério do Interior do Hamas, fez um apelo aos árabes de todo o mundo, com destaque para os países vizinhos de Israel, para apoiarem o povo de Gaza. "Dizemos às pessoas do norte de Gaza e da Cidade de Gaza que permaneçam em suas casas e em seus lugares. Ao realizar massacres contra os civis, a ocupação quer deslocar-nos mais uma vez de nossa terra.", declarou o porta-voz.
Nos últimos seis dias, Israel realizou mais ataques aéreos em Gaza do que durante os dois meses de conflito em 2014. Além disso, mobilizou 300 mil reservistas e posicionou tanques e aviões de combate ao longo da fronteira.
A possível incursão terrestre pode ser um momento crítico no conflito entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. No último sábado, (07) o Hamas lançou o ataque mais devastador contra Israel desde a guerra árabe-israelense de 1973. Em Gaza, as ameaças de uma invasão terrestre evocaram memórias da Nakba, que em árabe significa "catástrofe" e se refere à guerra iniciada por Israel em 1948, que resultou na desapropriação em larga escala de palestinos.
Bozom reforçou o compromisso do povo de Gaza em não ser deslocado. "O deslocamento de 1948 não vai acontecer. Morreremos e não partiremos.", afirmou. Declarações foram feitas em uma coletiva de imprensa realizada no hospital Shifa, na cidade de Gaza.