Hélio Ferreira critica Agerba após empresas de ônibus metropolitanos encerrarem atividades
Para vereador, agência estadual precisa reverter situação para não prejudicar trabalhadores
Foto: Divulgação/CMS
O presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, vereador Hélio Ferreira (PCdoB), criticou nesta terça-feira (9), em entrevista ao Farol da Bahia, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicação da Bahia (Agerba) pela falta de articulação para impedir que linhas de ônibus da Região Metropolitana deixem de circular.
Na última sexta-feira (5), o Sindicato dos Rodoviários da Região Metropolitana de Salvador (Sindmetro) emitiu uma nota anunciando que a empresa de transporte Costa Verde encerrará a operação a partir do dia 2 de maio. Ao todo, 1,5 mil trabalhadores serão afetados.
Segundo o vereador, a interrupção dos serviços pode facilitar o surgimento de transportes clandestinos. “Acho totalmente equivocada a posição da Agerba, em conjunto com a Semob, de cortar as linhas de ônibus da Região Metropolitana que entram na capital. É uma decisão política que prejudica os trabalhadores e os usuários de transporte daquela região”, disse.
"Esses passageiros, inclusive, já sofrem com um serviço de transporte precário. Com as medidas que estão sendo tomadas, é provável que surjam transportes clandestinos. Com o corte das linhas, fica financeiramente inviável. Os empresários já comunicaram ao sindicato da região a entrega dessas linhas a partir do dia 2 de maio. Se isso ocorrer, teremos transportes clandestinos para cobrir esses espaços”, completou.
Hélio disse ainda que a Agerba se tornou uma empresa fechada, mas aguarda que haja diálogo com a categoria. “É preciso reverter essa situação e ajustar as medidas que forem necessárias. Não é o momento de encerrar as atividades, e sim de fazer ajustes. O ideal para aquela região é fazer uma licitação. Depois disso, tomar as medidas necessárias que preservem os postos de trabalho dos funcionários”, afirmou o vereador.
Crise no setor
Em agosto do ano passado, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) moveu uma ação civil pública após identificar irregularidades no sistema de transporte público metropolitano, solicitando a retirada dos ônibus que circulam na orla da capital baiana.
Além da empresa Costa Verde, a Avanço Transportes também encerrará as atividades em 14 de abril. Antes de anunciarem o encerramento das atividades, os rodoviários das empresas aderiram a um movimento grevista da categoria.
Ao determinarem a paralisação por tempo indeterminado na manhã do dia 13 de março, os trabalhadores reivindicavam pautas como reajuste salarial e aumento no ticket alimentação. Após uma assembleia no mesmo dia, a categoria anunciou a retomada da circulação dos ônibus metropolitanos. Atualmente, o sistema metropolitano de transporte atende cerca de 3 milhões de passageiros
O que diz a Agerba
Em nota enviada ao Farol da Bahia, a Agerba afirmou que não medirá esforços para que usuários não sejam prejudicados com a interrupção dos serviços. Além disso, informou que está analisando, por meio de licitação, qual empresa assumirá o serviço na Região Metropolitana.
"Em que pese ao encerramento das atividades da Costa Verde, bem como em relação à devolução das linhas pela Avanço, esta agência está envidando esforços e adotando todas as medidas para que não haja prejuízo à população”, diz a nota.
“Entretanto, ainda não foi definida empresa que irá assumir as linhas, mas já estamos em processo de análise. Ao final, informamos que continuam as tratativas junto ao Ministério Público do Estado para a licitação das linhas”, completa.
O Farol da Bahia procurou a Semob para obter informações sobre o assunto, porém, até o momento, não recebeu resposta.
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