Hidrogênio verde: Unigel enfrenta crise e não consegue tirar fábrica em Camaçari do papel

Um levantamento feito pelo jornal Valor Econômico, divulgado nesta segunda-feira (15), revelou que, apesar do anúncio feito há quase dois anos sobre investimentos de até US$ 1,5 bilhão para uma fábrica de hidrogênio verde no Brasil, a Unigel ainda não tirou o projeto do papel. Essa situação levou a ThyssenKrupp a buscar novos compradores para os equipamentos encomendados pela petroquímica.

Durante mandato como governador da Bahia, o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), havia mencionado que o estado iniciaria a produção de energia a partir do hidrogênio verde em 2023, o que não aconteceu. A expectativa era a instalação de uma fábrica da Unigel em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). 

Enfrentando uma crise financeira, a Unigel está em busca de um parceiro para financiar o investimento necessário para dar continuidade ao projeto. Segundo a reportagem, fontes ligadas ao setor afirmam que a multinacional alemã já está em contato com potenciais compradores dos primeiros eletrolisadores que seriam utilizados na fábrica em Camaçari.

Os equipamentos foram montados na Europa e estão prontos para serem enviados ao Brasil, mas até o momento a Unigel não autorizou o embarque. A companhia tem conversas com a Petrobras acerca de um potencial investimento em combustíveis renováveis, incluindo hidrogênio verde, mas não houve acordo até o momento. 

Atualmente, a Unigel está buscando um acordo extrajudicial com seus credores financeiros para resolver dívidas que totalizam R$ 3,9 bilhões. A ThyssenKrupp, procurada para comentar o assunto, não se manifestou.