História do cacau certificado e produzido na Bahia é tema de programa na TV Brasil
Cerca de 4 mil produtores fazem parte da Associação Cacau Sul Bahia; exibição é neste domingo (6)
Foto: Reprodução/ Tv Brasil
O cacau do sul da Bahia tem participado da história do país há mais de 250 anos. O produto quase chegou ao fim na década de 1980, quando a vassoura-de-bruxa, doença causada por um fungo nos cacaueiros, devastou as plantações do país. Hoje, a região ressurge no cenário nacional mais uma vez como zona cacaueira, mas focada nas amêndoas de qualidade, nos formatos de produção e na preservação ambiental. As mudanças já trazem novos ares para um modelo que, no passado, ficou marcado pela escravidão e pelos coronéis do cacau.
O fruto foi levado para a Bahia no século 18 para substituir as plantações de cana-de-açúcar que entravam em decadência e logo se adaptou ao clima quente e úmido do local. Tanto que, em 2018, a região conquistou o selo de Indicação Geográfica com nome Sul da Bahia, que destaca a tradição e qualidade diferenciada do cacau produzido ali.
Em 2019, o Brasil foi reconhecido como produtor de cacau fino de aroma para exportação pela Organização Internacional do Cacau. Essa amêndoa representa 3% da produção brasileira, segundo dados da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – Ceplac. A meta é chegar a 10%.
O controle de qualidade é rígido. Em Ilhéus, é feito pelo Centro de Inovação de Cacau (CIC), onde há o Chocolab, laboratório que emite laudos atestando se as amêndoas daquela safra estão no padrão da IG Sul da Bahia. No local, são feitos os testes com a matéria-prima e também sensoriais de sabor, aroma e textura do chocolate. A norma da IG prevê um percentual de 3% de defeitos nas amostras, uma norma mais rígida que as internacionais.
Cerca de 4 mil produtores fazem parte da Associação Cacau Sul Bahia, que podem usar o selo da IG. O episódio sobre o cacau do Sul da Bahia vai ao ar neste domingo (6), no programa Caminhos da Reportagem, às 22h, na TV Brasil.