Homens são morto a tiros em área de conflito indígena na Bahia
Caso foi registrado na quarta-feira (9), no território indígena de Barra Velha

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Dois homens foram assassinados a tiros, na quarta-feira (9), no território indígena de Barra Velha, zona de tensão agrária localizada no município de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia.
Conforme divulgado pela Polícia Militar (PM), os corpos de Itarauí Santana de Souza, indígena que morava na região, e outro que ainda não foi reconhecido, foram encontrados abandonados, no final da tarde, em uma estrada que dá acesso à comunidade.
Policiais militares estiveram no local e acionaram o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para perícia e remoção dos corpos, que foram levados para o órgão, para necropsia.
Não foram divulgadas informações sobre velório e sepultamento das vítimas, e a autoria e motivação do crime são investigadas.
Tensões agrárias
No dia 2 de julho, um grupo composto por dois homens adultos, e dois adolescentes, foi detido após serem flagrados com armas e munições, no território indígena de Barra Velha.
Na ocasião, agentes da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), que atua em Porto Seguro desde 28 de abril, para intervir nos conflitos agrários, apreenderam armamentos, munições e acessórios para armas.
Mais tarde, um dos presos na ação foi identificado como Welington Ribeiro de Oliveira, o cacique Suruí Pataxó. A prisão dele motivou uma manifestação que iniciou na manhã de segunda-feira (7) e finalizou na tarde de terça (8), e ocasionou um grande congestionamento em um trecho da BR-101, após protestantes bloquearem a via.
A principal motivação dos protestos era um pedido de soltura do cacique Suruí Pataxó, sob alegação que o líder indígena foi preso injustamente, pois, segundo a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), ele era alvo de ameaças de morte há anos, e um defensor de direitos humanos.
Já na sexta-feira (4), os agentes da FNSP tentavam prender cinco homens flagrados com armas, mas, segundo a força policial, um grupo de pessoas os obrigaram a liberar os suspeitos, e os policiais ficaram apenas com o material apreendido.