Hospitais privados registram R$ 18 bi de prejuízo durante pandemia

Setor pode demitir 350 mil funcionários

Por Da Redação
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Hospitais privados registram R$ 18 bi de prejuízo durante pandemia

Foto: Reprodução/Internet

Desde que o coronavírus chegou ao Brasil, milhares de cirurgias, consultas e exames foram cancelados ou remarcados para depois da pandemia. Enquanto pacientes adoecem em filas, a ociosidade ameaça centenas de clínicas privadas de médio porte, que se preparam para demitir até 350 mil pessoas. Enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos e trabalhadores da administração são os que correm mais risco de ficarem desempregados.

Desde o início da crise sanitária, aproximadamente 70% das cirurgias foram suspensas no Brasil, de acordo com o Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Cerca de 45 mil pessoas podem morrer nos próximos meses por cânceres não tratados nesse período.

A queda no atendimento médico se deve em parte à recomendação da ANS (Agência Nacional de Saúde), para que os usuários de planos de saúde adiassem procedimentos que não fossem urgentes para evitar possível contaminação. 

Impacto

O prejuízo de hospitais, clinicas e laboratórios beira os R$ 18 bilhões, sendo que um terço do total (R$ 6 bilhões) é referente ao período em que os planos de saúde deixaram de fazer o repasse. A estimativa é do SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo), que colheu os dados de federações hospitalares estaduais.

"Em média, os hospitais tiveram queda de 60% das ocupações, cerca de R$ 6 bilhões ao mês que deixaram de entrar para os prestadores sem os desembolsos dos planos", afirma o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp e ex-presidente da IHF (International Hospital Federation).

Parte do prejuízo financeiro deve recair sobre os trabalhadores da saúde, setor que gera 3,5 milhões de empregos no Brasil. "Muitas instituições podem fechar. Mas calculamos que 10% da força de trabalho, em média, sejam cortados no país, cerca de 350 mil pessoas", diz Balestrin. 

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