Hugo Motta e Gleisi Hoffman iniciam nova estratégia para frear anistia aos condenados e acusados pelo 8/1
Novo projeto visa retirar os nomes do requerimento de urgência

Foto: Reprodução/JoséCruz/MárioAgra/AgênciaBrasil
Para tentar evitar o projeto de anistia na Câmara, o Palácio do Planalto convocou os principais articuladores políticos, incluindo a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), que vem tentando retirar os nomes do requerimento de urgência, além de ministros de partidos aliados. A iniciativa visa convencer o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes de partidos a não pautarem a medida.
O PL mudou de estratégia e apresentou ontem um requerimento com 262 assinaturas, cinco a mais do que o mínimo necessário. O plano inicial do líder da bancada, Sóstenes Cavalcante (RJ), era conquistar mais apoios até após o feriado de Páscoa, quando os líderes da Casa se reunirão para discutir a pauta de votações.
Em setembro do ano passado, o projeto previa a anistia de pessoas que participaram de atos contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 30 de outubro de 2022 em diante. A defesa argumentou, segundo o jornal O Globo, que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem aplicado penas duras, de até 17 anos de prisão, para quem cometeu atos de vandalismo no dia 8 de Janeiro.
Gleisi argumentou que o projeto, na prática, prevê uma "liberdade de golpe" no país. Ela também afirmou que avaliar como contradição parlamentares da base aliada apoiarem um projeto que perdoa quem tramou, segundo as investigações, o assassinato de Lula. Os articuladores tinham como meta reduzir o número de assinaturas até a próxima quinta-feira.
Após o requerimento de urgência ser protocolado, não é mais possível retirar as assinaturas. O plano do Planalto deve ser discutido na reunião de líderes, no dia 24. Mesmo com o número de assinaturas alcançado, o presidente da Câmara não é obrigado a colocar o requerimento em votação.
Hugo Motta afirmou, na semana passada, que não pautaria propostas que pudessem gerar "crises institucionais". Aos líderes mais próximos, disse que "não é o momento" para avançar com o projeto. Ao todo, há 1.039 requerimentos do tipo com status de "pronto para a pauta", ou seja, estariam prontos para votação em plenário, seja com as assinaturas necessárias, ou com apoio de líderes dos partidos.